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A melhora da solvência das empresas

Os resultados acumulados do período janeiro-novembro deste ano e dos últimos 12 meses até novembro mostram melhora expressiva dos indicadores como pedidos de falência e pedidos apresentados e deferidos de recuperação judicial

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Por Redação
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A melhora das condições de solvência das empresas, embora lenta e ainda com sinais contraditórios, é mais uma indicação de que começa a se consolidar um ambiente mais favorável aos negócios. Depois de mais de dois anos de acentuada queda da atividade econômica, do aumento do desemprego, da redução da renda real média brasileira e, consequentemente, do consumo – ainda afetado pelo encarecimento do crédito –, surgem dados que mostram algum alívio na situação financeira das empresas.

Os resultados acumulados do período janeiro-novembro deste ano e dos últimos 12 meses até novembro mostram melhora expressiva dos indicadores como pedidos de falência e pedidos apresentados e deferidos de recuperação judicial.

De acordo com pesquisa da Boa Vista SCPC, os pedidos de falência diminuíram 17,1% no resultado acumulado dos 11 primeiros meses do ano. Nos 12 meses encerrados em novembro, em comparação com o período anterior, a queda foi de 14,7%. A pesquisa da Serasa Experian indica redução de 6,6% nos pedidos de falência no acumulado deste ano, em comparação com os números dos primeiros 11 meses de 2016.

Quanto aos pedidos de recuperação judicial, a Boa Vista SCPC constatou redução de 23,3% no acumulado dos 11 meses de 2017, na comparação com 2016, enquanto a Serasa Experian informou redução de 24,2%.

As duas pesquisas trabalham com as mesmas bases de dados (registros em varas de falência e diários da Justiça dos Estados, entre outros), mas com metodologias diferentes de captação das informações, como o dia da entrada do pedido, num caso, e a data da divulgação do documento pelo cartório, no outro, daí a discrepância de números. Ao longo do tempo, as conclusões de ambas tendem a convergir.

O indicador que continuou a piorar foi o de falências decretadas, cujo número aumentou 3,1% no acumulado dos 11 meses do ano e 6,1% no acumulado de 12 meses, de acordo com a pesquisa da Boa Vista SCPC.

São números que sugerem empresas com situação financeira mais sólida. A queda da inflação e a redução dos juros e do spread bancário criam condições mais favoráveis para suas operações. Se os sinais de recuperação da atividade econômica se consolidarem nos próximos meses e se decisões políticas equivocadas não atrapalharem, o estímulo será ainda maior.