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Agravam-se dificuldades no comércio exterior

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Por Redação
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Em abril, com exportações de US$ 15,1 bilhões e importações de US$ 14,6 bilhões, o comércio exterior brasileiro registrou um modestíssimo superávit de US$ 491 milhões – e continua deficitário em US$ 5 bilhões no primeiro quadrimestre, um resultado apenas ligeiramente melhor do que o desequilíbrio de US$ 5,5 bilhões ocorrido em igual período de 2014.

Repetiram-se, no mês passado, as dificuldades verificadas nos últimos meses, como a queda dos preços dos principais produtos de exportação brasileiros e a insuficiência do câmbio para estimular as vendas ao exterior.

O Brasil perde participação no comércio internacional, como já mostraram as estatísticas da Organização Mundial do Comércio. E não há sinais de virada. A corrente de comércio (soma de exportações e importações) foi de apenas US$ 120,9 bilhões de janeiro a abril, com queda de 16,1% em relação a igual período de 2014.

O déficit seria maior sem a queda dos preços do petróleo: o País cortou em quase US$ 900 milhões a importação do óleo bruto (-71,5%) e em US$ 1,6 bilhão (-48,3%) as compras totais de combustíveis e lubrificantes. Caíram os preços de nafta, óleos combustíveis, gasolina, gás natural e carvão.

Com a estagnação da economia, diminuíram as importações de matérias-primas e bens intermediários, bens de consumo e bens de capital. A média diária de importações caiu 23,7% entre abril de 2014 e abril de 2015, bem mais do que a queda de 15,9% observada na comparação entre os primeiros quadrimestres dos dois anos.

Já a média diária de exportações cedeu 23,2% entre os meses de abril de 2014 e 2015 e 16,4% entre os dois quadrimestres. A queda foi liderada por minério de ferro, soja em grão, farelo de soja e carnes, mas também caíram as vendas de manufaturados e semimanufaturados, como açúcar em bruto e refinado, aviões, automóveis, autopeças e máquinas para terraplanagem.

As exportações precisariam ser, como no passado, instrumento de alavancagem da atividade. As vendas externas dependem de menor ônus tributário, infraestrutura adequada e custos menores das empresas. Além disso, notou o economista Affonso Pastore em artigo no Estado de domingo, “um real mais fraco ajuda a recompor a competitividade das exportações, que se tornaram importantes na recuperação da recessão profunda e persistente na qual o País está ingressando”.