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Artimanha cubana na ONU

Objetivo é disseminar falsas versões sobre a situação política e institucional no Brasil

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Por Redação
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A ditadura de Cuba, que os petistas idolatram, participa ativamente do esforço do PT para desmoralizar o governo do presidente Michel Temer no exterior. Desde que Temer assumiu a Presidência, em maio do ano passado, depois do afastamento constitucional de Dilma Rousseff, Havana tem sido porta-voz, nos vários organismos multilaterais, da campanha petista que denuncia ao mundo o que chama de “estado de exceção” instaurado pelo “golpe” no Brasil. Os tiranos cubanos não perdem nenhuma oportunidade para, com a má-fé habitual, instrumentalizar esses organismos diplomáticos com o objetivo de disseminar falsas versões sobre a situação política e institucional no Brasil.

A mais recente tramoia de Cuba contra o governo Temer se deu no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Havana apresentou uma resolução em que pede atenção aos “efeitos da dívida externa e outras obrigações financeiras internacionais na total satisfação dos direitos humanos”. O texto apontou supostos prejuízos sociais provocados pela austeridade e acentuou que “programas de ajustes estruturais e políticas de condicionalidades limitam gastos públicos, impõem tetos de despesas e dão atenção inadequada à provisão de serviços sociais, e somente alguns países conseguem alcançar um crescimento sustentável mais alto sob esses programas”.

A representação do Brasil no conselho entendeu que o trecho era uma crítica direta ao esforço do governo Temer para reequilibrar as contas públicas, destruídas pela incompetência e pelo voluntarismo estatista dos governos do PT. Por isso, os diplomatas brasileiros tentaram negociar a retirada dessa menção, para evitar que fosse necessário votar contra – algo que o Brasil jamais havia feito no conselho.

Em nota, o Itamaraty explicou que “a resolução deixa de reconhecer que há uma variedade de políticas pelas quais os países podem implementar reformas estruturais, desde que levem em consideração a promoção e proteção dos direitos humanos, garantindo o suprimento de serviços sociais e a capacidade de manter o padrão de crescimento sustentável”. Ao invés disso, diz a nota, “o texto da resolução vale-se de linguagem restritiva para caracterizar qualquer programa de reformas estruturais como limitador do gasto público e da atenção adequada à provisão de serviços sociais”. Diplomaticamente, o Itamaraty denunciou a artimanha cubana.

Diante do fracasso da negociação, o Brasil foi 1 dos 16 votos contrários à resolução, aprovada com 31 votos. Para justificar a posição do País, a embaixadora Maria Nazareth Farani de Azevêdo disse, conforme o jornal Valor, que o texto tratou do assunto de maneira “desequilibrada e parcial, contrapondo-se a elementos centrais da atual política econômica no Brasil, sobretudo o esforço para reequilibrar as contas e assim preservar políticas sociais no país”. A diplomata teve de lembrar ainda que o aumento dos gastos nos governos petistas não apenas deixou de garantir o progresso social, como criou “efeitos desastrosos sobre a economia”, algo que, se mantido, “colocaria em risco vantagens sociais que buscamos salvaguardar”.

Fez muito bem a diplomacia brasileira ao se posicionar claramente contra essa tentativa malandra de constranger o País e distorcer o genuíno esforço para reorganizar a economia e, assim, conservar a capacidade do Estado de atender a população mais pobre.

É claro que nem Cuba nem seus vassalos ideológicos petistas estão interessados de verdade na preservação dos direitos humanos. Se assim fosse, no mesmo dia em que tentou embaraçar o Brasil, Cuba teria votado a favor de uma resolução condenando a sistemática violação de direitos humanos na Síria, também levada a plenário. Mas Cuba, bem como a Venezuela, votou contra, para proteger seu amigo sírio, o ditador Bashar al Assad.

Quando pronunciada por um representante da tirania cubana, a expressão “direitos humanos” soa como um escárnio, que deve ser prontamente repelido por aqueles que efetivamente prezam as liberdades e o bem-estar da sociedade.