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Cartas - 16/11/2010

Exclusivo para assinantes
Por Redação

POLÍTICA EXTERNAConselho de Segurança

Assim como o anterior, excelente o editorial As credenciais de cada um (14/11, A3), sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Permitam-me adicionar mais uma dificuldade que uma emenda para alterar a composição atual do conselho acarretaria: de acordo com a Carta da ONU, qualquer emenda necessitaria também da ratificação de acordo com os respectivos métodos constitucionais dos Estados-membros que votassem favoravelmente (artigo 108 da Carta). No caso dos EUA, por exemplo, a emenda necessitaria da aprovação do Congresso, o que não seria fácil de ser obtido, sobretudo agora que a maioria é do Partido Republicano. Como já reiterei diversas vezes, a reforma do conselho continua sendo, depois de muitos anos, apenas um tema de discussão de uma emenda pouco viável enquanto prevalecerem as condições geopolíticas atuais.

GILBERTO B. SCHLITTLER

, ex-subsecretário-geral da ONU

gschlittler2@mac.com

São Paulo

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De ratos e leões

Sobre o editorial As credenciais de cada um, a opção pela Índia mostra claro equívoco da política externa de Lula-Amorim: preferem fazer parte da "cabeça de rato" ao "corpo de leão".

ARIOVALDO BATISTA

arioba06@hotmail.com

São Bernardo do Campo

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O grilo

Depois de ser o "cara", na definição jocosa de Barack Obama, hoje mais entusiasmado com a Índia, agora Lula, com Dilma Rousseff a tiracolo, foi apelidado de grilo e o G-20, de um caldeirão, pelo ícone esquerdista Fidel Castro, que agora deixa seus dias de executor de inimigos no paredón para, aproveitando a experiência de mais velho mandatário do planeta, exercer a função de comentarista de política internacional.

MÁRCIO M. CARVALHO

mmcoak@hotmail.com

Bauru

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Primavera dos radicais

Discordo da conclusão de Jorge Castañeda. Na minha opinião, a eleição de Sebastián Piñera, no Chile, e de Juan Manoel Santos, na Colômbia, não constituem breve interlúdio antes de um retorno do populismo radical à América Latina, mas um indício de que políticas neoliberais de desregulamentação e desnacionalização poderão prevalecer num futuro bem próximo, em consequência do fracasso anunciado da aliança bolivariana de Fidel, Hugo Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega e Rafael Correa.

SERGIO S. DE OLIVEIRA

ssoliveira@netsite.com.br

Monte Santo de Minas (MG)

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Críticas israelenses

Simplesmente indecentes as críticas feitas por membros do governo israelense à política externa brasileira (Lula parece temer o mundo árabe, 13/11, A20). Não interessa à nação brasileira participar da islamofobia fomentada por lobbies estadunidenses e por europeus. Nem é da nossa índole negar os direitos básicos de nações como a palestina. Nossa política deve continuar orientada pelo humanismo, gostem Binyamin Ben-Eliezer & Cia. ou não.

TIBOR RABÓCZKAY

trabocka@hotmail.com

São Paulo

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Dilma e o Irã

A entrevista da Nobel da Paz Shirin Ebadi (14/11, A26) evidencia o que já sabemos: o erro crasso de Lula ao se aliar ao regime sem caráter do sanguinário Ahmadinejad. Agora, com Dilma, é esperar para ver se haverá comprometimento moral e ação contra as desumanidades do líder islâmico ou se ela repetirá o desgoverno externo de seu padrinho político.

SÉRGIO ECKERMANN PASSOS

sepassos@yahoo.com.br

Porto Feliz

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CONTROLE DA MÍDIALiberdade ou mordaça?

Por um lado, o ministro da Comunicação Social de Lula, Franklin Martins, com expertise em sequestro de embaixadores, diz que, se o tema controle social da mídia não for resolvido por bem, sê-lo-á na marra, ou por enfrentamento, como afirmou. Por outro, a presidente eleita, Dilma Rousseff, garante que prefere o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. O que tranquiliza é que o adepto da mordaça, felizmente, deixará o cargo em breve, e a adepta do barulho da imprensa livre está chegando. A quem interessar possa, de Hugo Chávez e Fidel Castro já bastam os que conhecemos.

PETER CAZALE

pcazale@uol.com.br

São Paulo

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Farsa

Nunca existiu verdadeira liberdade de imprensa no País, que ocupa um dos primeiros lugares em restrição à imprensa no mundo. Tramita em seis Estados projeto de lei com o objetivo de fiscalizar a imprensa. Em São Paulo há dois projetos, um elaborado pelo DEM, outro, pelo PT. A ideia básica dos dois é a mesma: vigiar a imprensa. É preciso opor-se a toda e qualquer tentativa de restringir a expressão das ideias. Em troca da aparência de interesses políticos, o povo humilha-se em busca de satisfazer necessidades básicas, como saúde, educação e segurança. É o regime da hipocrisia que demonstra a farsa que é a "democracia" brasileira.

CARLOS IUNES

carlosiunes@bol.com.br

Bauru

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PRECATÓRIOSLonga espera...

O Estado mostrou o lado humano do problema crônico da dívida pública judicial, os chamados precatórios (A longa espera de dona Alzira, 14/11, A1). A história de dona Alzira repete-se, aos milhares, com pessoas que, diferentemente dela, são doentes terminais, precisando do dinheiro para comprar remédios, e nada de receber o que a Justiça já lhes deu. Os governantes agem e decidem como se cumprir a decisão judicial fosse opcional. No Estado de São Paulo, sucessivas políticas de não pagamento dos créditos alimentares, aliadas a "interpretações" mais que duvidosas do texto constitucional, deixaram a situação pior, ano a ano. Em todas as ocasiões em que o STF teve a chance de moralizar essa questão, sua maioria sempre deixou a desejar, comprometida com interesses do Executivo. Agora o CNJ busca interpretar de forma humana a Emenda Constitucional 62, levada por um movimento das bases do Judiciário sem precedentes, que mostra ter chegado ao limite. Que a garra de dona Alzira sirva de exemplo para o governador eleito, sr. Alckmin.

REYNALDO SANGIOVANNI COLLESI

r.collesi@gmail.com

São Paulo

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"Terá sido para agradecer?"

CÍCERO SONSIM/ NOVA LONDRINA (PR), SOBRE OS R$ 70,5 MILHÕES DADOS AO PT NA CAMPANHA ELEITORAL POR EMPREITEIRAS COM OBRAS IRREGULARES DO PAC

c-sonsim@bol.com.br

"PAC, não, PPP (Programa de Perpetuação no Poder)!"

RICARDO DA SILVA / SÃO PAULO, IDEM

calibam2045@hotmail.com

"Resta ao governo esclarecer: quem vai pagar a conta do novo Venem, o Vexame Nacional do Ensino Médio?"

ROBERTO SÁFADY PATERNOSTRO / SÃO PAULO, SOBRE O FIASCO DO ENEM

roberto@robertopaternostro.com.br

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VOCÊ NO ESTADÃO.COM.BR

TOTAL DE COMENTÁRIOS NO PORTAL: 2.012

TEMA DO DIASoltos agressores de jovens na Av. Paulista

Grupo é acusado de atacar vítimas por homofobia; para pai de um dos acusados, foi briga comum

"Novo passo para a Justiça no Brasil continuar sendo desacreditada. Lerda para a maioria, rápida para os mais abonados."

ALFREDO STERNHEIM

"A culpa é dos pais; filhos que não sabem viver em sociedade e ainda são defendidos por quem deveria corrigi-los."

ELAINE JORDÃO

"Parabéns à mãe que admitiu a culpa do filho e se desculpou. O pai que disse ser só briguinha deveria indenizar as vítimas."

SUELY PERETZ

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Cartas enviadas ao fórum dos leitores, selecionadas para o estadão.com.br

CAMPEÃO MUNDIAL

A vitória e a conquista do título mundial de Fórmula 1 de 2010 pelo alemão Sebastian Vettel, da RedBull, resgata a credibilidade da categoria. A F-1 estava desmoralizada pelo chamado "jogo de equipes" e outras trapaças que ferem a ética no esporte. Enquanto Alonso dependia do submisso Felipe Massa para vencer, Vettel - como verdadeiro campeão - venceu de forma limpa e por méritos próprios, dentro das pistas. Esporte é competição, ética e disputa pela vitória dentro das regras desportivas e jamais pode ser confundido com um jogo de cartas marcadas.

Renato Khair renatokhair@uol.com.br

São Paulo

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O CARÁTER DE UMA MARCA

O final da temporada de Fórmula 1 nos deixa duas lições exemplares. Num mundo movido por orçamentos e publicidade milionária, onde ganhar faz a diferença, a equipe Red Bull pratica o verdadeiro espírito esportivo, em que vence o melhor, sem qualquer fator extrapista ou o tão discutível ''jogo de equipe'', uma prática disseminada entre as maiores e mais famosas equipes. Esse é o verdadeiro caráter de uma marca, que merece todo o nosso respeito e admiração.

Já o bicampeão Fernando Alonso, que só chegou ao bicampeonato por meio de artimanhas altamente discutíveis, tais como o ''acidente programado'' de Nelsinho Piquet, ou das ordens vindas do box da equipe Ferrari para que Felipe Massa lhe cedesse posições durante as corridas, não teve sequer a hombridade de cumprimentar o mais jovem campeão mundial, Sebastian Vettel, ao fim da corrida. Alonso ainda reclamou de Vitaly Petrov quando não conseguiu superá-lo na pista, como se o oponente tivesse a obrigação de abrir-lhe passagem para facilitar a sua vida. Essa é a ''marca'' de um (mau) caráter. Que o excepcional exemplo da RED BULL seja uma referência para todos os esportes e esportistas.

Claudio Juchem cjuchem@gmail.com

São Paulo

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GP DE ABU DABI

Até em pista de autorama é possível ultrapassar concorrentes.

Sergio S. de Oliveira ssoliveira@netsite.com.br

Monte Santo de Minas (MG)

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FERRARI

Já tinha perdido este cliente. Perde agora o campeonato. Vale mais um energético do que dois antiéticos.

Stanislaw Cordeiro ratles2@hotmail.com

São Paulo

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''REI'' DESTRONADO

Não desejo mal a ninguém, mas, graças a Deus, o arrogante, desleal, antipático, metido que se acha o rei da cocada preta NÃo ganhou o campeonato de Fórmula 1!

Cecilia Miklos Dale ceciliamdale@hotmail.com

São Paulo

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VERGONHA

A falta de lisura nos esportes vem de longa data. Ano passado, correndo o risco de ganhar o quarto Campeonato Brasileiro consecutivo, o São Paulo viu-se desfalcado de quatro jogadores titulares, julgados por ''auditores'' torcedores de clubes cariocas, nas últimas cinco rodadas. Conclusão: Flamengo campeão. Este ano temos um clube paulista que comemora cem anos e que até agora falhou em todos os campeonatos de que participou, buscando desesperadamente um título.

Seu ''presidente'' foi ''chefe'' da delegação brasileira na África do Sul e mostrou todo o seu despreparo, conforme relatado pelos repórteres do Estadão. Aliás, nessa viagem deve ter sido definido o time que seria campeão do Brasileirão deste ano. Agora, sábado, no Pacaembu, precisando de vitória, o soprador do apito ignorou duas penalidades máximas a favor do Cruzeiro e acatou as indicações de impedimento, várias equivocadas, do seu ''auxiliar''. O pior aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, quando, em choque normal dentro da área, ''enxergou'' uma penalidade máxima no gordo Ronaldo. Para os amantes do futebol, foi uma decisão vergonhosa. Uma mancha, e não azul, no futebol brasileiro. Espero que a CCF (comissão carioca de futebol) e seu eterno presidente, doce ilusão, tomem alguma providência. Providência séria, e não corroborar o que ficou acertado em terras africanas. É só isso que esperamos.

Renato Camargo natuscamargo@yahoo.com.br

São Paulo

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O FUTEBOL...

''E o futebol é o ganha-pão da imprensa" - Juca Chaves

*

O que aconteceu sábado no Pacaembu durará, certamente, muito tempo.

Incrível é que pareça surpreendê-los, o que os induz a uma certa desfaçatez.

Parecem ter visto Cristo nu.

E a culpa é de Vocês mesmos. E também do torcedor.

Alimentam que o futebol é paixão nacional, enganam (ou tentam enganar) os outros e as próprias convicções.

O que fizeram para, por exemplo, extirpar a ''Máfia do Apito''...?

Ah! Já sei, puniram (?) o Edilson Carvalho. Mas só ele?

E tudo voltará a acontecer, para que não fiquem no esquecimento, entre outros, Márcio Rezende,

José Roberto Wrigth, José Marçal Filho, Dulcídio W. Boschila, João Etzel Filho, Johan Pribill, Armando Marques, Ayrton Vieira de Morais, Esteban Marino, Juan Brozzi e outros menos votados.

Claro que há múltiplos interesses envolvidos, inclusive os de Vocês, que precisam, e muito, do futebol e do corporativismo que o envolve.

Pior é observar que os males do futebol invadem outras modalidades esportivas. Que o diga o recente episódio a envolver a equipe brasileira de voleibol masculino, no Torneio da Liga Mundial.

Nosso vôlei não precisava entregar o jogo para a Bulgária, assim como o árbitro não precisava arrumar aquele pênalti no jogo de sábado.

Infelizmente, tudo isso não acabou no sábado.

E Vocês, o que acham? O que pretendem fazer? Manter, por exemplo, a vaselina da contemporização?

Gilberto Martins Costa Filho marcophil@uol.com.br

Santos

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ARBITRAGEM

É impressionante, sempre que o time do Corinthians está chegando com chances de título, como conta invariavelmente com a boa vontade dos árbitros em geral. Sábado, mais uma vez, aconteceu um lance desses de ''boa vontade'' da arbitragem para com o Corinthians, o que pode decidir um campeonato tão longo e disputado.

Paulo Augusto Nunes Ferreira sweetpappa@uol.com.br

São Paulo

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O CHORO DOS ANTICORINTIANOS

Criou uma polêmica desgraçada a vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro por um pênalti, gerando revolta nos mineiros e opinião variada entre jornalistas esportivos, uns pró (a maioria) e outros contra a marcação da penalidade. Alguns jornalistas exageraram em sua interpretação do lance, a ponto de um mostrar-se furioso com essa vitória alvinegra, como o da ESPN-Brasil no Sportscenter de sábado. Não sei o nome dele. Sua irritação deu a impressão de ser torcedor anticorintiano ao desenterrar cadáveres, afirmando que o alvinegro já foi favorecido demais neste campeonato. Contra o Cruzeiro opinou a favor de pênalti em cima do Tiago Ribeiro, quando perto de marcar um gol e passando pelo goleiro, jogou o pé nele e caiu ao sentir que deu um toque a mais na bola e não a alcançaria. Basta ver a câmera que pegou o lance mais de perto e entender do ramo para sacar a malandragem do boleiro. Quanto ao pênalti no Ronaldo, disse que não foi, é que o corintiano vive caindo por estar pesado e o choque foi normal. Queria vê-lo levar um tranco nas costas dado por um ''mandrongo'' daqueles e depois opinar. Talvez ele nunca tenha jogado bola para sentir como são lances de malandragem e a diferença entre choque casual e tranco pesado, quando visto de fora e dentro do jogo.

Laércio Zannini arsene@uol.com.br

São Paulo

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MARMELADA...

...Corinthians campeão. Quem foi o chefe da delegação brasileira na Copa? Caras, que vergonha essa CBF! Querem dar de qualquer jeito um título ao Corinthians. Vamo-nos unir e derrubar esses cartolas, sem prol do nosso futebol.

Clovis Jose Ribeiro Leal cj.leal@uol.com.br

São Paulo

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PÃO E CIRCO

Após negarem veementemente qualquer possibilidade de se construir um estádio para a abertura da Copa 2014, eis que criam o ''ninho do gavião'' na zona leste. Agora, através do apito amigo, querem, uma vez mais, presentear o Corinthians, no ano de seu centenário, com o Campeonato Brasileiro.

Angelo Antonio Maglio

Cotia

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VITAMINA DO GORDO

Em mais uma grande jogada de marketing, Ronaldo Gordo lança a ''Vitamina Spa do Gordo''. Tem tudo para vender milhões, pois o cara jogou só três meios tempos o campeonato inteiro. Foi só a torcida pegar no pé dele e o cara tomou uma supervitamina e com isso já jogou seis jogos seguidos!

Luiz Henrique Penchiari Jr. luiz.penchiari@hotmail.com

Vinhedo

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VÔLEI FEMININO

É muito fácil explicar a derrota da seleção brasileira feminina de vôlei. E pelo comportamento amador da seleção durante a competição, o "vice" ficou de bom tamanho. Ninguém pode negar que as brasileiras estão entre as melhores do mundo. Mas faltou-lhes foco. E, principalmente, faltou humildade. Estavam ''se achando'', e incomodavam constantemente os outros hóspedes do hotel onde estavam hospedadas. E no hotel se esforçavam querendo mostrar e impor a sua cultura musical. Aliás, o lado pobre da cultura nacional. Foram muitos excessos de vaidades. Além do uso e abuso dos sites de relacionamento num momento em que deveriam estar focadas e agir como profissionais. Agiram como amadoras. Pareciam ''novas-ricas'', achando que o mundo devia se humilhar aos seus pés. Deu no que deu...

Aurélio Nunez Rolan aurelioanr@gmail.com

São Paulo

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''PAULISTAS, NORDESTINOS, BRASILEIROS''

Parabenizo o deputado Aldo Rebelo pelo artigo com o título acima (13/11, A2). Nele faltou apenas comentar como São Paulo é cenário fértil para todos, com destaque para o carioca Fernando Henrique Cardoso, responsável pela estabilidade econômica nacional, sem a qual não haveria o ambiente favorável ao pernambucano Luiz Inácio para desenvolver sua política vigente. Ambos adotaram e foram adotados por São Paulo como lar!

Antonio Herbert Lancha Jr., professor titular da EEFE-USP lanchajr@usp.br

São Paulo

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ALDO REBELO

A grande questão não é de ''povo ou raça'', mas de lideranças de povos e raças. As últimas eleições mostraram com clareza absoluta o que é óbvio há séculos, temos dois ''Brasis políticos'', o do sul, capitalista selvagem, e o do norte, imperialista do ''pudê''! Falta ainda o ''brasileiro'', a vergonha na cara de fazer sua guerra civil, que os americanos já fizeram há mais de um século e foi o ponto de partida para se tornarem a primeira nação do mundo, enquanto ainda batalhamos no rabo das nações civilizadas. Está aí, caro deputado, a grande diferença num povo está na sua respectiva elite, principalmente política, e nesse caso tenho de concordar com De Gaule, NÃO SOMOS UMA NAÇÃO POLITICAMENTE SÉRIA!

Nem sequer temos uma ''constituição de projeto de nação'', mas várias de ''projetos de eleições'', a última um arremedo de ''nação sociallista-comunista", que aos poucos vai se tornando a ''ditadura socialista do pudê''!

Ariovaldo Batista arioba06@hotmail.com

São Bernardo do Campo

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PAULISTANIDADE

Li e não encontrei nada em prol do povo nordestino.

Creio que o deputado Aldo Rebelo deveria preocupar-se mais com os nordestinos, preferencialmente, ''in loco'', do que com o sadio orgulho dos paulistas, que construíram tudo, com seu esforço, dedicação e inteligência, dando muito mais ao País do que recebe, ou jamais recebeu.

Alexandre Nacca Netto a.nacca@ig.com.br

São Paulo

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ESPÍRITO PAULISTA

O deputado Aldo Rebelo colocou com maestria o verdadeiro espírito paulista no seu artigo. Parabéns!

O desabafo da menina estudante de Direito foi exagerado. Vejo nisso uma extrapolação

indevida de sentimentos de afronta à nossa ''paulistanidade''. Vemos pessoas urinarem

nas ruas de São Paulo próximas a postos de gasolina e/ou bares para serem usados, mães de

filhos de pais desconhecidos (fato esse mencionado pelo presidente em visita a uma cidade

do Nordeste) usando-os para exploração financeira, pessoas ''morando'' embaixo de pontes

estratégicas para esmolar, em vez de procurarem emprego, emporcalhando a cidade.

Tudo isso e mais nos entristece, onde a ausência do Estado é a verdadeira responsável

por esse desequilíbrio, e o lugar e as pessoas que deveriam tratar desses assuntos, na verdade, são onde o nobre deputado está.

Francisco Santamaria specus@terra.com.br

São Paulo

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FALTOU O ESSENCIAL

Gostei muito das ponderações de Aldo Rebelo em seu artigo, apesar de nunca ter concordado com suas opiniões anteriores. Ele valorizou o Estado de São Paulo, sempre tão criticado por todos. Só faltou dizer o essencial: a estudante de Direito que falou dos nordestinos apenas e tão somente repetiu o discurso do presidente, que passou oito anos jogando ''pobres contra ricos'', ''sulistas contra nordestinos" e a ''zelite" contra quem não pode estudar pela incompetência do governo. De quem é a culpa?

Deborah Marques Zoppi dmzoppi@uol.com.br

São Paulo

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QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

O artigo no Espaço Aberto é oportuno, mas essa questão de preconceito - racial, de cor, religião e etnias - não é exclusividade do Brasil. Mas negar que exista é uma hipocrisia. E não venham com essa de xenofobia porque isso é outra bobagem. Porém é sabido que a esmagadora maioria dos nordestinos não gosta de São Paulo e dos paulistas, e que aqui estão por questão de sobrevivência. Na minha ótica, essa fuga em massa do Nordeste rumo ao Sudeste só se deve aos péssimos e oportunistas políticos daquela região. Alguns trilhões de cruzeiros, cruzados, cruzados novos e reais já foram despejados por lá, e onde foram parar? O litoral nordestino é um paraíso, cidades bem cuidadas, mas as periferias dessas mesmas cidades, a zona rural e as pequenas comunidades do interior são de chorar. Por que não fizeram irrigação, cisternas e ensinamento de plantio para aquelas pessoas? Ora, os políticos de lá não têm o menor interesse em que aquela gente evolua, aprenda e se desenvolva. Aí aparece o ''salvador da pátria'' e dá sacolas de comida aos famintos e sofridos, e os humildes (a maioria) pensam que isso é patrocínio desse ''milagreiro do Brasil''. São Paulo e os paulistas não podem ser responsabilizados pela penúria dos nordestinos, pois aqui se trabalha, se produz e se gera muito imposto que o governo federal abocanha e dissolve rumo aos que pouco precisam. Aliás, São Paulo (principalmente a capital) é vítima desses desmandos, pois a nossa periferia está abarrotada de miseráveis, carentes e morando em locais insalubres, que se deslocam por meio de um transporte público horroroso. Essa gente fugiu do mato e veio para a capoeira, mas aqui, pelo menos, sofre menos, mas percebe que os paulistas têm condições de vida melhores, e então nasce esse preconceito e esse rancor contra nós, que os recebemos e lhes demos, enquanto foi possível, alguma oportunidade. Para piorar, o atual presidente da República, com seu espírito horrível, conseguiu gerar, sim, um mal-estar entre paulistas e nordestinos, com seu discurso separatista irresponsável. Acredito que levaremos séculos para corrigir o que começou errado, mas alimento a esperança de que nordestinos tenham no futuro uma educação que possa levá-los a ver como e em quem se deve votar. Não será com Sarney, Calheiros, Collor e outros coronéis ou Bolsa-Família que eles irão se livrar dessa tragédia que é a miséria.

Ademar Monteiro de Moraes ammoraes57@hotmail.com

São Paulo

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NORDESTOFOBIA

O presidente Barack Obama recebe 30 ameaças de morte por dia, existem mais de 500 entidades, vigiadas pela CIA, que pregam a morte imediata de Obama. É um direito dos americanos essa manifestação. Agora, aqui no Brasil do Terceiro Mundo, querem linchar a paulista que se manifestou no Twitter contra os nordestinos.

José Francisco Peres França josefranciscof@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

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INTEGRAÇÃO

Caro deputado Aldo Rebelo, achei surpreendente seu artigo publicado no Estadão de sábado. Ali o senhor relata e justifica a relação positiva e construtiva de São Paulo para a construção deste país - desde o período colonial até os dias de hoje, citando nomes e fatos. Evidencia a preocupação integracionista dos paulistas e migrantes que tiveram a iniciativa e a oportunidade de contribuir para desenvolvimento da identidade do nosso Estado, do nosso país. A unidade e o sucesso atual, felizmente, contrariaram todos os prognósticos iniciais. Seus comentários superam, em conteúdo e lucidez, tudo o que imagino do PC do B, partido ao qual o senhor está ligado. Entendo que sua cultura e sua ligação com São Paulo prevaleçam. Como paulista e, principalmente, como brasileiro, fico feliz em conhecer esse seu lado.

Parabéns.

Juarez de Alvarenga juarez.am@uol.com.br

São Paulo

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RETRATAÇÃO

O excelente artigo do deputado Aldo Rebelo, do PC DO B, ''Paulistas, nordestinos, brasileiros", coloca uma pá de cal sobre qualquer dúvida que possa ainda pairar quanto à polêmica que foi levantada pela desavisada estudante de Direito entre os paulistas, nortistas e nordestinos. Seria muito importante, neste momento, que o quase ex-presidente Lula se retratasse diante da Nação por ter sido o grande incentivador dessa ignomínia. Parabéns, deputado, por sua contribuição em prol de um só Brasil para todos.

Leila E. Leitão

São Paulo

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CRÍTICA AOS ITALIANOS

O ilustre deputado Aldo Rebelo, que veio das Alagoas e iniciou sua brilhante carreira política como vereador em São Paulo, não está fazendo jus à sua biografia. Ao criticar, em seu artigo, o ato irresponsável de uma estudante na internet, S. Exa. parece não conhecer muito bem o povo que lhe outorgou sucessivos mandatos no Congresso Nacional e, sem querer (ou não), deixa escapar, nas entrelinhas uma inexplicável e, mais do que tudo, inoportuna crítica subliminar aos italianos e seus descendentes. Foram os italianos, ao lado dos japoneses, dos árabes, dos coreanos, dos alemães e povos de outras tantas nacionalidades, que ajudaram - juntamente com os nordestinos - a construir esta cidade fantástica onde todos vivem em harmonia e sem ressentimentos. Que, aliás, o ilustre deputado parece não ter conseguido disfarçar. Como se vê, ''não virou tudo italiano...''

Como historiador e biógrafo do alagoano Floriano Peixoto e também, com muito orgulho, descendente dos operosos imigrantes italianos, quero consignar aqui minha crítica ao ilustre deputado.

João Natale Netto joao@natale.com.br

São Paulo

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VOTO DE CABRESTO

Apesar do comentário racista da estudante sobre os nordestinos, a raiva dela era o sentimento de impotência que pairou sobre todos aqueles que acharam que seríamos capazes de ver uma eleição em que o voto de cabresto não mais seria aceito por nosso povo.

Infelizmente, não foi o que vimos, e onde isso mais aconteceu foi justamente no Nordeste. Não compactuo com a virulência das declarações da estudante, apenas estou fazendo uma análise da situação.

Christian Conde conde1968@gmail.com

Goiânia

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DISCRIMINAÇÃO

O texto de Aldo Rebelo publicado em 12/11 no Estadão é revelador de um ressentido e indisfarçável preconceito contra os paulistas, apesar de dissimulado e travestido de considerações de cunho histórico.

Senão, vejamos.

1) Quando fala de "unidade e identidade nacionais", o nobre deputado alagoano parece não considerar que unidade não é sinônimo de unicidade, e que os conceitos por ele amalgamados não são (forçosamente) feitos de semelhança, mas de diferenças, e do respeito às diferenças. Sugiro que o parlamentar leia os filósofos gregos, que na trama do pano de fundo do pensamento e cultura ocidentais nos legaram o belíssimo conceito de multiplicidade como tecido mesmo da identidade.

Como mulher, reivindico desde há muito o feminismo que tem justamente na diferença relativamente ao homem seu ponto de partida, e não na igualdade. Aprendi com o texto dos Direitos do Homem e do Cidadão (Revolução Francesa) que a igualdade pela qual devemos nos bater é aquela que se faz perante a lei. Não me recordo de manifestação do nobre deputado da bancada comunista, mesmo em tempos de mensalão e escândalos sem fim - como nunca antes neste país -, contra a impunidade dos "companheiros", sem dúvida mais iguais do que nós, pobres mortais contribuintes, perante essa lei que até hoje não pôs nenhum na cadeia. Não sou nem quero ser mais nem menos do que qualquer homem ou qualquer outro brasileiro: essa é a base da diferença para a qual exijo respeito. Como mulher e como paulista, aspecto aqui em questão.

2) Não li nem conheço o texto da "mocinha" referida pelo nobre senhor. Por isso não escrevo em sua defesa. Mas me pergunto por que aqueles que a acusam de racismo não fizeram ou fazem o mesmo contra Lula, Ciro Gomes e outros, que se fartam de destilar seu ressentimento e preconceito contra paulistas, paranaenses e outros "sulistas". A internet e os arquivos dos jornais estão repletos de frases nada sóbrias (por favor, não se entenda mal o adjetivo!) do atual inquilino do Palácio do Planalto, dividindo o País em dois, no melhor estilo stalinista.

3) Por que o deputado pergunta se "São Paulo tem culpa no cartório"? Por acaso nosso Estado tem o privilégio do sentimento de regionalismo? Ou acredita ele que nós não podemos, a exemplo de outras "repúblicas" orgulhosas e reivindicadoras de uma e outra identidade (mineira, baiana, nordestina etc.)? Chega de inversão! Esse discurso sarcástico, que se esconde por trás de mal disfarçado ressentimento, parece, na verdade, sintomático da recusa a aceitar aquilo que é outro, que não é maioria. Além de ser sintomático do ranço dessa esquerda-sem-Muro, que acusa a esmo tudo o que entende ser burguês, elite (ou "zelite", como queiram), representante do Kapital... Da boca para fora, porque na hora em que se alia aos grandes bancos, essa crítica emudece.

4) Outro sintoma do preconceito que parece acometer Sua Excelência: a frase em que diz "(...) o que (os paulistas) chamam de Revolução Constitucionalista de 1932 (...)". Por que "chamam de"? Conhecerá nosso arguto crítico alguma outra denominação que não a oficial, atribuindo talvez outro cunho ao movimento popular e legítimo contra a ditadura de Getúlio Vargas? E por que, ao se referir a outras insurreições, o autor dessas bem traçadas linhas não recorre a nenhum reparo do gênero?

5) Não precisamos que simulem nos polir o ego com elogios históricos. Sabemos dos nossos valores e deles muito nos orgulhamos. E tais valores não se limitam a ter desbravado o Brasil e "quase inventado sua geografia": ser paulista é, também, ter uma determinada ética, um certo elenco de valores. Ser paulista não é nascer no Estado de São Paulo: é compactuar desses valores. E votar de acordo com eles, e não em função da origem de tal ou tal candidato - esse, sim, o verdadeiro racismo. Sugiro que o nobre representante da bancada paulista (sic!) defenda interesses paulistas, como, por exemplo, a proporcionalidade dos representantes na Câmara dos Deputados. Ou será pedir demais?

6) Finalizando, sugiro ainda ao deputado, de notória preocupação com o idioma nacional, que não despreze a diferença entre "superioridade" e "orgulho", ao qual mesmo nós, a minoria em azul no mapa pós-eleições, tem direito. Nesse mapa, insisto, dividido em dois por Lula em seus surtos verborrágicos - e não pela "mocinha" do Twitter.

Marly N Peres, lexis@uol.com.br

São Paulo

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O PAI DA XENOFOBIA TEM NOME!

O deputado federal por São Paulo Aldo Rebelo, alagoano de berço, escreveu um belo artigo condenando a onda de xenofobia de nordestinos contra paulistas - só não aclarou que esta foi alimentada e vitaminada por Lula desde seu primeiro mandato, e agora fermentada por petistas em geral, depois que uma estudante paulista ''viajou'' no seu preconceito pessoal contra irmãos do Nordeste e com isso enodoou toda a nossa população. Belo serviço ela prestou de graça aos mantenedores do espírito de cizânia apregoado pelo governo... jogando negros contra brancos, ricos contra pobres e nordestinos contra sudestinos, governo que se utiliza do velho conceito de que, dividindo as forças, ele se fortalece a si próprio.

Mara Montezuma Assaf montezuma.fassa@gmail.com

São Paulo

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REJEITADOS

Prezado sr. Rebelo, primeiramente, gostaria de dizer que já ouvi algumas entrevistas suas e que simpatizo com V. Sa. Compartilho muitas de suas ideias.

Entretanto, jamais lhe darei meu voto, pois não entendo o que pretende um comunista no século 21. Além do que também não entendo o que leva um nordestino comunista a se instalar na meca do capitalismo brasileiro.

Acredito que, como todos os demais, V. Sa. e o Partido Comunista precisem de dinheiro, e esse está aqui, no rico Estado de São Paulo.

Bem, ao assunto principal: seu artigo. O tópico é o preconceito dos paulistas contra os nordestinos. Um dia eu também terei seu poder para merecer um quarto de página do Estadão para escrever sobre o preconceito nordestino, nortista, sulista, etc..., contra São Paulo e os paulistas. Fiquei sabendo - não sei se é verdade - que realizaram uma pesquisa e que os paulistas foram eleitos o povo mais rejeitado do Brasil.

Não é uma questão racial: sou paulista pelo menos desde os meus bisavós (e a família já tem duas gerações adiante) e, se tiver sangue índio, eu me orgulho muito.

Não é uma questão contra a migração: todos os que vieram ao meu Estado para somar, contribuir com sua riqueza, sua cultura, sua história, sempre foram e serão bem-vindos.

A questão é que há muito a população nordestina em São Paulo suplantou o número de paulistas de fato, como eu.

Em tempos de se ser politicamente correta, temos de aguentar abusos que não podemos suportar. Vou fazer uma pequena lista, aqui, de cabeça:

1) FORAM OS NORDESTINOS QUE CONSTRUÍRAM SÃO PAULO. Foram? Então, por que não o construíram no Nordeste? Por que vieram para o Sul para construir?

2) DONA LUIZA ERUNDINA, QUANDO PREFEITA, QUIS COLOCAR UM MONUMENTO EM HOMENAGEM AOS NORDESTINOS NO LUGAR DA ESTÁTUA DO BORBA GATO, NA AVENIDA SANTO AMARO. Faz parte do teste para intelectual, intelectualoide, pseudointelectual, esquerda festiva, chamar a estátua do Borba Gato de monstrengo. Declarando isso, é aceito no clube. Tudo bem, aquela estátua, com certeza, não foi criada nem por Rodin nem por Brecheret. Mas é de um paulista, que fez muito por São Paulo e pelo Brasil. Ou seja, é ''meu'', é do meu povo, da minha cultura, da minha história. Monstrengo ou não, enquanto ele simbolizar tudo isso, será amado. Os nordestinos que ergam seu monumento noutro lugar.

3) OS BANDEIRANTES FORAM BANDIDOS. Novamente, em tempos de se ser politicamente correto, esquerda festiva, de louvar nulidades, é de extremo bom gosto desmerecer os bandeirantes, que escravizavam negros e índios, cortavam-lhes as orelhas, etc... Interessante é que muitos desses ''politicamente corretos'' que tentam denegrir os paulistas nem sequer seriam brasileiros se não fosse pelos bandeirantes.

4) OS NORDESTINOS IMAGINAM SÃO PAULO COMO A TERRA DO PAPAI NOEL. Graças a ONGs e organizações diversas ''politicamente corretas'', os paulistas devem DAR casa, comida, educação, saúde, etc, etc... para todos os que chegam. Esses não entenderam o espírito de São Paulo. Desde o início da nossa história, a riqueza foi baseada no trabalho. Trabalha-se, ganha-se dinheiro, consegue-se o que se quer. Meus antepassados não vieram para cá para pedir nada ao governo, ao povo, ao contrário, vieram, trabalharam, pagaram impostos e graças a isso hoje o Brasil inteiro usufrui muitas das nossas instituições, sejam escolas, universidades, hospitais, o que for. Os nordestinos (e pessoas de qualquer Estado) que querem tudo antes de trabalhar devem tentar a Finlândia, terra do Papai Noel.

5) VEREADOR QUER INCLUIR ''CULTURA NORDESTINA'' NO CURRÍCULO DAS ESCOLAS PAULISTANAS. Novamente louvação às nulidades, passando como um rolo compressor por sobre a História e a cultura paulistas. Como V. Sa. bem lembrou, São Paulo era a cidade mais indígena do País. Então, como paulista, eu colocaria o tupi no currículo das escolas. Poderíamos, sim, ter uma ''Cultura Brasileira'' no currículo, desde que abrangesse do Rio Grande do Sul a Roraima, da Paraíba ao Acre. Por que só cultura nordestina?

(Nós, paulistas, especialmente paulistanos, conhecemos bem, forçosamente, a cultura nordestina. Uma vez, ainda na capital, minha cidade natal, fui abastecer o carro num posto de gasolina às 6 horas de uma manhã escura de inverno. Parei o carro e pedi a um dos dois frentistas a postos - ambos nordestinos - para completar o tanque. Enquanto aguardava, ouvia o rádio tocando uma música nordestina. Fiquei desesperada naquela solidão. A letra da música era de fazer corar o Marquês de Sade!)

Além do acima exposto, gostaria de lembrar-lhe que a maioria da população carcerária tem traços nordestinos. A maioria das pessoas flagradas consumindo drogas pelas ruas tem traços nordestinos. A grande maioria dos mendigos tem traços nordestinos. São os nordestinos que não param de fazer filhos, criando todos os problemas sociais. A maioria dos invasores de terras e prédios é nordestina. Temos já nossos próprios problemas e cuidaríamos de bom grado deles, se pudéssemos.

Pagamos impostos federais que são diluídos principalmente pelos cerca de 20 Estados deficitários da Nação. Nós mesmos pouco podemos usufruir a riqueza que criamos.

Torço - tanto ou mais que vocês, de Estados carentes - para que a situação melhore. Quanto mais os demais Estados da Nação enriquecerem, menor será nossa necessidade de sustentá-los. É isso o que todos queremos.

De resto, gostaria de dizer que adorava ir comer no Amaralina (comida baiana) e no Andrade (comida nordestina). Também adoro os ritmos nordestinos tradicionais e muito de seu artesanato. E leio numerosos escritores nordestinos.

O problema não é o cidadão nordestino. Há pessoas de todas as virtudes e defeitos em todo o mundo, não só numa raça ou numa cultura. Há pessoas boas e más espalhadas por todos os cantos. Um nordestino trabalhador, de caráter, que respeite São Paulo e os paulistas é bem-vindo, tanto quanto qualquer pessoa de qualquer parte do mundo. Mas, se quiser se impor sobre nós, será devidamente escorraçado.

Como disse acima, estou pontuando este e-mail de memória. Talvez me lembre, mais tarde, de outras situações.

Por enquanto, deixo aqui meus votos de uma excelente atuação na Câmara, em benefício de todos os brasileiros.

Marisa Pinto de Carvalho, marcarta@vivax.com.br

Limeira

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IDEOLOGIA GOVERNANTE

Muito bom o artigo do deputado Aldo Rebelo no Estadão de sábado. Ele tem razão ao considerar a polêmica sem propósito; poucas cabeças hoje pensam assim e bem ressaltou: ''A mocinha do Twiter é pouco mais que um caso de desatino.'' Porém mais grave é a ideologia governante de separar os brasileiros em brancos e negros, em ricos e pobres e em povo e elites. Isso, sim, é um mal maior para o Brasil.

Fábio Duarte de Araújo fabionyube@visualbyte.com.br

São Paulo

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O MAL QUE SE ENRAÍZA

Na última campanha eleitoral, o que mais vimos foi o presidente Lula incitando os pobres contra os ricos, "... porque os ricos não querem ver o pobre melhorar de vida...", ou "nós contra eles", criando um distanciamento entre os brasileiros do norte e os do sul, e entre os de condição social diferente. Só uma pessoa com muito pouco discernimento não vai perceber que essas falas são perniciosas e perigosas, a ponto de criarem uma situação de ódio e sentimentos segregacionistas, hoje sentidos na internet, muito violentos. É hora de dar um basta nesses ataques e o Ministério Público há de prestar atenção em todos eles: desde o ataque destrambelhado da jovem estudante de Direito paulista, que se mostrou contra nordestinos, até e principalmente os de autoridades de maior visibilidade, como Lula, que, com seu peso por transferir influências, vem colaborando de forma eficaz para o aprofundamento desse hediondo preconceito entre irmãos. Se é que não o está criando. Esse discurso permanente do presidente ganha eleições, mas, a meu ver, deixa sequelas. Graves.

Myrian Macedo myrian.macedo@uol.com.br

São Paulo

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PRECONCEITO

A recente polêmica sobre preconceito contra o povo nordestino foi sendo estimulada pelo próprio presidente Lula, com o único e mesquinho objetivo de vencer as eleições presidenciais. Enquanto ele afirmava que ''os nordestinos não são bestas iguais aos paulistas'', e Dilma declarava que ''os nordestinos deveriam vir para o Brasil'', a estudante paulista Mayara Petruso acabou bancando o bode expiatório.

Conrado de Paulo conrado.paulo@uol.com.br

Bragança Paulista

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CONVITE

Exmo. sr. deputado Aldo Rebelo, exmo. sr. redator de ''O Estado de S. Paulo", tenho a honra e o prazer de convidá-los para o lançamento do CD ''HINO DO MIGRANTE'', em 11 de dezembro às 10 horas, em contexto da comemoração do quinto aniversário do CEU Paraisópolis.

Meu poema nasceu da vivência como voluntária fundadora e mantenedora do PROJETO PONTE nas favelas de Campo Limpo e Paraisópolis desde 1982 até hoje, projeto que idealizei com a finalidade de auxiliar o imigrante nordestino (ou outro brasileiro) a integrar-se na teia social e profissional de São Paulo, mas resguardando suas tradições. Meu trabalho centrou-se na orientação dos pré-adolescentes, adolescentes e suas famílias.

O poema foi musicalizado e com apoio da União dos Moradores de Paraisópolis e recentemente gravado com orquestra, solista e o Coral Projeto Ponte de Paraisópolis.

Já bastante conhecido no bairro, o hino será oficialmente apresentado no dia 11. O Coral Projeto Ponte apresenta-se regularmente na Sala São Paulo.

O poema:

HINO DO MIGRANTE

Viemos de longe: de Pernambuco, Pará, Bahia, Paraíba, Alagoas, Ceará;

O sol sempre ardente, a roça secou:

''Mãe, vou m´embora!'' Me deu bênção, chorou.

''Vou para São Paulo, o irmão me chamou, Diz que lá tem de tudo, esperança achou.''

A vida aqui é outra, valente enfrentei, Com força e coragem estudei e lutei;

Levantei nova casa, companheira achei, Achei bons amigos, meus filhos terei.

A mãe veio ver-me, assim a ouvi falar:

''Deus nos protege em todo lugar.

Paraisópolis é teu novo lar, mas Tua Terra antiga nunca esquecerás!

O Brasil é tão grande - escuta a minha voz:

Perto ou distante, é a Pátria de todos nós.''

A percepção de tentativas para semear a dissensão e assim enfraquecer os grupos impediu-me a pôr no papel cenas e palavras que presenciei entre a população migrante para jogar água logo nas primeiras faíscas artificialmente acesas e talvez contribuir para a convivência pacífica no bairro.

Ficarei realmente muito feliz com a presença de Vs. Exas. e será mais um passo para a autovalorização dos moradores.

Maria Isabel de Sipos misipos@uol.com.br

São Paulo