Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Cartas - 30/08/2011

Exclusivo para assinantes
Por Redação

ECONOMIAO Brasil e a crise

Dilma tentará vetar novos gastos (29/8, A4). A crise, portanto, avizinha-se. É muito difícil manter-se imune num mundo de economia globalizada. Sei que o governo não pode alardear a situação, mas os políticos têm de se conscientizar de que as coisas não estão tão boas e bonitas como pensam, sobretudo com relação à gastança desenfreada, além das vantagens que querem levar em tudo.

ALVARO SALVI

alvarosalvi@hotmail.com

Santo André

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Fator corrupção

Ao mudar a política econômica, Dilma pretende conquistar a confiança dos agentes econômicos e da sociedade para fazer os juros caírem. Dentre todas as medidas que serão tomadas com esse fim, faltou a mais importante e que daria credibilidade real a tal esforço: não mais permitir que nosso dinheiro saia pelos ralos da corrupção instalada nos órgãos públicos que foram loteados pelos partidos fisiológicos que a apoiam.

RONALDO GOMES FERRAZ

ronferraz@globo.com

Rio de Janeiro

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Mudança de rumo

O anúncio da elevação, em 2011, do superávit primário do governo federal em R$ 10 bilhões tem o objetivo de indicar uma mudança de rumo: a de que com maior rigor no dispêndio fiscal poderá abrir espaço para a redução dos juros básicos (Selic). É importante registrar que o resultado esperado não o será pela redução das despesas, mas pela esterilização do aumento das receitas. As despesas seriam mantidas no nível atual, acrescidas das decisões já tomadas sobre o salário mínimo de 2012. Mesmo que seja uma decisão oportunista, só com o decorrer do tempo é que se poderá constatar se a decisão política é para valer ou de simples acomodação. Dois fatores se incluem de forma decisiva na opção de votos dos brasileiros, mas têm de ocorrer de forma simultânea. Um é a situação econômica (inflação alta, insegurança de empregos, baixo investimento) e o outro, o nível aparente de corrupção. Nessa combinação Getúlio Vargas deixou o governo. Com os mesmos fundamentos foram eleitos para a Presidência Jânio Quadros, Collor de Mello e FHC. Esse mesmo cenário foi o pano de fundo do amplo apoio popular à deposição de Jango Goulart, no movimento de 31/3/1964. É compreensível que diante das incertezas futuras o governo se prepare para a competição eleitoral de 2012 e 2014. Uma salutar decisão política seria abrir para o setor privado investimentos em estradas, ferrovias, portos, hidrovias, aeroportos e comunicação avançada, mediante concessões por 50 anos, renováveis. Outra seria enfrentar com coragem as alterações necessárias nas arcaicas leis trabalhistas, de origem fascista. Mesmo porque apenas um terço da população economicamente ativa tem carteira assinada, regendo-se pela CLT.

HÉLIO MAZZOLLI

mazzolli@terra.com.br

Criciúma (SC)

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JÂNIO QUADROSHá 50 anos

Como cidadão, nunca entendi as análises complacentes sobre a renúncia de Jânio Quadros. Uma pessoa que move mundos e fundos para chegar ao mais alto degrau da participação pública, faz promessas magnânimas e alcança o objetivo, cujos imensos desafios são conhecidos de antemão, não tem o direito de renunciar sem dar claros e justificados motivos. Ou talvez não tenha nenhum direito de renunciar. Mas Jânio Quadros o fez, levianamente, em prejuízo de milhões que nele depositaram esperanças. Revelou ser um político muito pequeno.

EDUARDO BRITTO

britto@znnalinha.com.br

São Paulo

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Erros de ontem...

... e consequências de hoje. O mês de agosto é historicamente relacionado a acontecimentos conturbados. Exemplos: suicídio de Getúlio Vargas e renúncia de Jânio Quadros. Dois fatos que até hoje têm repercussão no País. O primeiro, por ter criado o BNDES, a Petrobrás e as leis trabalhistas. O legado de Jânio, porém, é menos pródigo: após sua saída do governo, de apenas sete meses, o País entrou em crise e foi instaurada a ditadura militar. No último dia 25 a desistência de Jânio do governo fez 50 anos - uma desistência um tanto pretensiosa... Ao abandoná-lo, ele almejava retornar à Presidência nos braços do povo, com plenos poderes e, desta vez, sem as "forças terríveis" que eram, para ele, um empecilho. Doce ilusão. Não foi bem-sucedido e assumiu publicamente que ter deixado o palácio em 1961 foi o maior erro de sua vida. Com essa recapitulação é possível fazer uma comparação com os dias atuais. Impressiona a maneira como os escrúpulos se flexibilizam para alcançar benefícios próprios. Políticos votam contra o que já defenderam, argumentam a favor do que já execraram. A política está cheia de incoerências. E Jânio cometeu uma: inspirado em De Gaulle, que renunciou no pós-guerra e voltou ao governo aclamado pelos franceses, ele se esqueceu do slogan "o tostão contra o milhão" e os cifrões parecem ter falado mais alto em seus pensamentos. Assim é a política brasileira hoje em dia. Ter poder é sinônimo de distribuir cargos e ministérios - e, em geral, para pessoas desqualificadas na área. O nepotismo é visto como normal. Notícias delatando falcatruas são frequentes na mídia. Assim era também a política no passado. A diferença é que hoje há uma profusão de câmeras e imagens inimaginável naquela época. Aparentemente, 50 anos depois, a vassoura de Jânio está nas mãos de Dilma. Como está escrito em Eclesiastes, "nada é novo debaixo do sol..."

PAULO E. PALMA BERALDO

paulo.eduardo10@hotmail.com

Bauru

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ESTRADAS PAULISTASPolícia Rodoviária

Concordo plenamente com as observações de um leitor sobre a Polícia Rodoviária de São Paulo. Radar não multa ladrão de carro, pneus carecas, ausência de freios, faróis, lanternas, documentação, embriaguez ao volante, etc. Aquela que já foi a mais respeitada polícia nas décadas de 1960, 1970 e 1980, hoje não passa de mera observadora de radares em sala fechada. Quando muito, para "marcar presença", coloca veículos da corporação estacionados no acostamento ou no canteiro central das rodovias, sem nenhuma autoridade por perto! Blitz, nem pensar. O mesmo ocorre com as balanças rodoviárias. Apesar de viajar com frequência, nunca vi uma funcionando. Quanto ao não parar e multar ônibus e caminhões, a constatação vem de décadas. Não é à toa que, quando aparece alguma notícia sobre a ação da Polícia Rodoviária, ela se refere sempre à federal, nunca à estadual.

FREDERICO FONTOURA LEINZ

fleinz@terra.com.br

São Paulo

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"O verdadeiro ópio do povo é a ignorância"

MARIA CRISTINA ROCHA AZEVEDO / FLORIANÓPOLIS, SOBRE OS PÉSSIMOS RESULTADOS NA EDUCAÇÃO

crisrochazevedo@hotmail.com

"Até quando o interesse político próprio se sobreporá ao interesse de todos, para o bem comum?"

MARIA DO CARMO ZAFFALON LEME CARDOSO / BAURU, SOBRE OS "DESPACHOS" DE JOSÉ DIRCEU NUM HOTEL DE BRASÍLIA

mdokrmo@hotmail.com

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TEMA DO DIAApenas 8% dos presos frequentam escola

Desde junho, presos brasileiros têm direito a reduzir um dia da sua pena a cada 3 dedicados ao estudo

"Acho que poderia aumentar as penas e tirar benefícios que eles têm melhores que os nossos!"

LUIZ FERNANDO OLIVEIRA

"Talvez educá-los seria uma das maneiras para que eles possam ter uma possibilidade de sair com uma vida nova."

EVERSON MENEZES

"Está mais fácil viver na cadeia do que ser livre. Estudo, trabalho, comida, etc. E o povo bancando."

MARIA ADRIANA CANUTO CONCEIÇÃO

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Cartas enviadas ao fórum dos leitores, selecionadas para o estadão.com.br