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Consumidores mais dispostos a tomar crédito

Os consumidores não só estão mais dispostos a tomar empréstimos para consumir, como reúnem melhores condições para isso, segundo pesquisas recentes

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Por Redação
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Os consumidores não só estão mais dispostos a tomar empréstimos para consumir, como reúnem melhores condições para isso, segundo pesquisas recentes. São sinais positivos para a economia e para o comércio de bens de maior valor unitário, cuja aquisição depende de crédito.

A Demanda por Crédito do Consumidor, pesquisa realizada pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), registrou crescimento de 0,6% em 2017, primeira variação positiva desde 2012. Já a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento da FecomercioSP mostrou que, em janeiro, 19,1% dos consumidores afirmaram que pretendem comprar algum produto com pagamento parcelado ou com financiamento nos próximos três meses.

Não há, como se pode observar, mudanças radicais no comportamento do consumidor, pois o crescimento da procura por crédito em 2017 ainda foi modesto e a intenção de buscar crédito está longe de ser generalizada, pois alcança menos da metade dos pesquisados. O que se destaca é que há altas inequívocas, seja na intenção de tomar crédito, seja na contratação de empréstimos.

Entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, a procura por crédito nos bancos e financeiras cresceu 11%. O indicador é visto pelos técnicos da Boa Vista SCPC como evidência de que a queda dos juros já é percebida pelos consumidores. Combinada com o aumento do poder de compra dos salários decorrente da inflação contida, a redução do custo do crédito permitirá que a tendência positiva verificada em 2017 persista em 2018.

A pesquisa da FecomercioSP destaca o índice de segurança de crédito, que avançou de 79 pontos em dezembro para 82,5 pontos em janeiro (+4,5%). O indicador mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras. Mesmo entre os consumidores incluídos no rol dos endividados a capacidade de pagar dívidas cresceu 7,9% entre dezembro e janeiro, atingindo 66,3 pontos. No caso dos não endividados, o índice atingiu 100,5 pontos.

As pesquisas justificam a confiança na economia constatada em 2017 e que será mais visível na medida da recuperação do emprego e da preservação de bons indicadores, como o da inflação. O IPCA-15 avançou apenas 0,39% em janeiro, abaixo do previsto pelos analistas. A saúde financeira do consumidor será determinante para a intensidade da retomada.