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Dívida pode crescer menos que o previsto

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Por Redação
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As altas mensais da dívida púbica federal (DPF) têm variado, mas seguem evoluindo dentro dos parâmetros esperados pela Secretaria do Tesouro Nacional. Segundo os últimos dados, o endividamento interno e externo da União somou R$ 3,23 trilhões em março, com crescimento de 3,17% em relação a fevereiro (R$ 3,13 trilhões). A dívida mobiliária federal interna (R$ 3,11 trilhões) apresentou aumento de 3,08%, taxa inferior à da elevação do endividamento externo da União (5,59%), que, puxado pela emissão de bônus soberanos, totalizou R$ 120,30 bilhões.

Apesar da queda da taxa de juros básicos, os títulos pós-fixados, atrelados à Selic, não foram afetados, pois o seu rendimento ainda é considerado satisfatório pelos aplicadores. Em março, esses títulos responderam por 28,2% do total das aplicações, índice ligeiramente superior ao de fevereiro (28%). Já a parcela da dívida atrelada à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve pequena queda, passando sua participação de 33,61% em fevereiro para 33,20% em março.

Como tem sido o padrão, os papéis prefixados figuraram com maior destaque, tendo ficado com 35,87% do total em março, em confronto com 35,09% em fevereiro, incluindo os números relativos à liquidação de contratos de swap cambial. Já os ativos indexados à variação da taxa do dólar encolheram para 2,72% (de 3,23% em fevereiro).

A participação dos investidores externos na DPF voltou a cair em março, ficando em 13,26% do total, com pequena queda em comparação com fevereiro (13,66%). Os fundos de previdência permaneceram como os maiores detentores de títulos da dívida (25,98% do total), seguidos pelos fundos de investimento (23,16%) e bancos (22,70%).

Talvez seja cedo para fazer projeções, mas analistas do Tesouro estimam que o avanço da DPF pode ser menos acelerado de ora em diante, graças à queda dos juros – que custaram R$ 32,95 bilhões em março – e a medidas de austeridade fiscal tomadas pelo governo. Se as melhores expectativas se confirmarem, a DPF poderia fechar o ano próxima de R$ 3,45 trilhões (alta de 10,86% em relação a 2016). O teto para a DPF neste ano, constante da programação da Secretaria do Tesouro Nacional, é de R$ 3,65 trilhões (alta de 17,28% em comparação com o ano anterior).