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Evolução paulatina do mercado das incorporadoras

Entre os períodos de janeiro a agosto de 2016 e 2017, os lançamentos de imóveis novos cresceram 9%, atingindo 42.058 unidades, enquanto as vendas atingiram 68.632 moradias, alta de 3,4%

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Por Redação
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Reforça-se, aos poucos, a impressão de que o mercado imobiliário recobra fôlego, ainda que dependente do segmento de habitação popular. Os sinais favoráveis registrados dias atrás no mercado paulistano pelo sindicato da habitação (Secovi-SP) foram confirmados pela associação dos incorporadores de imóveis (Abrainc) e pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe-USP) no boletim mensal Indicadores Abrainc/Fipe de outubro, com dados do País. Os números são modestos, mas configuram a retomada.

Entre os períodos de janeiro a agosto de 2016 e 2017, os lançamentos de imóveis novos cresceram 9%, atingindo 42.058 unidades, enquanto as vendas atingiram 68.632 moradias, alta de 3,4%. Os resultados, segundo os analistas da Abrainc, “reforçam a trajetória positiva observada nos últimos 12 meses”. Naquele período, os lançamentos e as vendas de imóveis novos cresceram 4,6% e 2,3%, respectivamente, perfazendo 73,3 mil e 105,3 mil unidades.

Embora na atividade de incorporação e construção predomine o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), incorporadoras que atuam nos mercados de classe média e classe alta também observam melhora da atividade, caso da Even, da EZTec e da Gafisa.

De forma geral, o mercado imobiliário tende ao equilíbrio após uma crise prolongada e permeada pelo ajuste de estoques. Não parece haver dúvidas de que os estoques estão em queda. O número de unidades entregues por 20 incorporadoras filiadas à Abrainc caiu 40,3% entre os períodos de janeiro a agosto de 2016 e 2017 e 17,1% na comparação dos últimos 12 meses até agosto.

A queda dos estoques só não é maior por causa dos distratos (denúncia dos contratos pelos adquirentes finais), que persistem em patamar elevado. Distratos significam que o imóvel volta para o incorporador. A média mensal de distratos foi de 2.921 imóveis em 2017, até agosto, ante 3.686 em igual período de 2016.

Outro aspecto relevante do mercado é o de que os preços registraram quedas nominais pouco expressivas apesar da gravidade da crise, segundo as pesquisas Fipe-ZAP. Houve diminuição dos preços reais, obtidos quando se incorpora a inflação ao preço pedido. Mas, se a inflação cai, o preço nominal tende à estabilidade, o que pode ajudar os vendedores a tomar decisões.

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