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Importante avanço na saúde

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Por Redação
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O mais recente balanço da Secretaria da Saúde de São Paulo e da Fundação Seade sobre mortalidade perinatal revelou o índice mais baixo da história do Estado. O levantamento considera registros de mortes ocorridas a partir da 22.ª semana de gestação até sete dias completos após o nascimento. Nos últimos dez anos, o índice de mortalidade perinatal caiu 25% em todo o Estado. Em 2000, em cada grupo de mil nascidos vivos ocorriam 18,5 mortes. Em 2009, o índice passou a 13,8. São Paulo ocupa hoje, com Santa Catarina, o primeiro lugar, com os menores índices de morte perinatal do País.Esse índice é considerado um importante indicador de saúde pública, porque mostra o padrão de qualidade da assistência oferecida às mães durante a gravidez e após o parto. Em São Paulo, as gestantes receberam um bom atendimento nos últimos governos. Em 2007, a Secretaria da Saúde adotou um método criado pela Associação Norte-Americana de Médicos de Família. O método qualifica médicos e enfermeiras para responder às emergências obstétricas com eficiência. Os pediatras da rede pública passaram por treinamentos de reanimação neonatal feitos em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria.Conforme os últimos dados disponíveis da Secretaria da Saúde, referentes a 2008, mais de 76% das grávidas do Estado realizam pelo menos sete consultas de pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde. O mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde é de seis atendimentos e o da Organização Mundial da Saúde é de quatro.Durante o pré-natal, médicos diagnosticam doenças preexistentes, identificam precocemente alterações na saúde da mãe e do feto e, dentro das possibilidades, adotam os procedimentos necessários para corrigi-las. Isso pode assegurar parto tranquilo, com segurança para ambos. Entre 1999 e 2008, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo e da London School of Hygiene and Tropical Medicine analisaram os fatores ligados à mortalidade perinatal. Foram investigados os prontuários de 106 bebês que morreram e de 312 que sobreviveram. Dentre os que resistiram, 97% tiveram cuidados considerados adequados. Os outros 3% conseguiram se salvar, apesar das falhas médicas. Entre os que morreram, 70% haviam sido assistidos corretamente, mas não resistiram; para os demais 30%, a assistência foi falha. O cuidado dispensado às mães, o preparo das equipes de saúde e o acompanhamento do bebê são essenciais para assegurar a queda do índice de mortalidade. Dias atrás, ao apresentar o recorde atingido no Estado, o secretário de Saúde, Giovanni Guido Cerri, considerou corretas as políticas públicas de saúde adotadas em São Paulo. Embora a queda na mortalidade perinatal tenha sido registrada em todo o Estado, o desafio, segundo ele, é aprimorar o indicador, atendendo às carências regionais. As maiores reduções foram observadas nas regiões de São José do Rio Preto, Grande São Paulo e Bauru.Nessa nova fase, o governo do Estado precisa contar com a parceria das Secretarias Municipais da Saúde. A capital, por exemplo, tem grande influência sobre os bons índices apresentados pela Grande São Paulo. Em novembro, o Programa Rede de Proteção à Mãe Paulistana, iniciado em 2006, atingiu a marca de mais de meio milhão de partos assistidos na capital. O acompanhamento correto permitiu que o número de partos normais superasse o de cesarianas. Foram 42.713 (65%) procedimentos normais contra 20.531(31,3%) cirurgias, um balanço altamente positivo num País onde as cesarianas são realizadas com frequência. Das gestantes cadastradas, 98% cumpriram todas as consultas de pré-natal. O programa oferece consultas durante a gestação, exames, assistência no parto e no pós-parto, transporte público gratuito para as consultas, enxoval e a possibilidade de escolha entre as 38 maternidades municipais e conveniadas ao SUS.Esse é um exemplo a ser seguido em todos os setores dos serviços de saúde.