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Incerteza ressurge no 2º trimestre

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Por Redação
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Depois de três meses de alento quanto à evolução dos negócios, o segundo trimestre começou dominado por um ambiente de dúvida entre as empresas, como revelam indicadores divulgados há dias pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Incerteza da Economia Brasileira (IEE-Br) recuou 3,9 pontos em abril, ficando em 118,8 pontos. Esse índice, calculado desde o fim de 2006, continua rodando em torno de 120 pontos, um nível bastante elevado, como observa a FGV, mas as empresas se ressentem da indefinição sobre a questão fiscal. As principais fontes de preocupação citadas são o andamento da reforma da Previdência, o ambiente político interno e a incerteza externa. “A este nível, a incerteza econômica continuará afetando negativamente o consumo das famílias”, diz a instituição.

O setor de serviços parece ser o mais problemático. Interrompendo uma sequência de três avanços consecutivos, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,1 ponto na passagem de março para abril, indo para 84,2 pontos, na série com ajuste sazonal. O resultado apurado pela FGV interrompe uma sequência de três avanços consecutivos.

Este, como outros indicadores, vem se mantendo em níveis historicamente baixos, podendo a queda em abril significar um ajuste na avaliação do setor sobre as condições de negócios. Como destacou a FGV, os níveis de desemprego cresceram, afetando particularmente o setor de serviços, que depende basicamente da demanda doméstica.

Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI), que subiu 2,9 pontos em março, continuou avançando em abril, mas a um ritmo menor (0,5 ponto), alcançando 91,2 pontos, o maior nível desde maio de 2014 (92,2 pontos). A alta na confiança da indústria ocorreu em 11 de 19 segmentos pesquisados, mostrando uma combinação de diferentes percepções entre o presente e o futuro.

O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,2 ponto em abril, para 88,3 pontos. As empresas, contudo, esperam um futuro próximo melhor. O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,3 ponto no mês, indo para 94,4 pontos, o maior nível desde abril de 2014 (96,9 pontos). Subiu de 30,7% para 39,7% do total a proporção de empresas que preveem melhora da situação dos negócios nos seis meses seguintes. Já a fatia das que preveem piora caiu de 11,0% para 10,4%.