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Indústria confia em melhores resultados

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Por Redação
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Com progressivo avanço no mercado internacional e demanda doméstica ligeiramente mais aquecida, a indústria instalada no País começa a esboçar uma reação, ainda que tímida. Segundo a última pesquisa do IBGE, a produção industrial teve crescimento de 0,1% em abril em relação a março na série sazonal. É uma taxa ínfima, mas, como em março houve um crescimento de 1,4% em comparação com o mês anterior, são os primeiros dois meses consecutivos de alta desde julho e agosto de 2014. O retrospecto, porém, continua muito ruim, pois, em confronto com abril de 2015, a queda de produção ainda é muito grande: 7,2%.

Como observa André Macedo, do IBGE, os estoques diminuíram, houve melhora da confiança dos empresários e a base de comparação é muito baixa, após uma sequência de quedas anteriores. É esse nível muito baixo que tende a mostrar, doravante, desempenho melhor da indústria na margem.

No geral, constata-se um predomínio dos setores que apresentam crescimento negativo. Só 11 dos 24 setores registraram aumento da produção em abril em relação a março. Entre os setores em que a produção subiu está o de bens de capital, com uma taxa positiva de 1,2% em abril em relação a março. O setor, por sinal, acumula avanço de 7,7% na produção nos últimos quatro meses.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) medido pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, também apresentou resultado positivo em abril (1,2%). Mas não há muito o que comemorar, também por causa do retrospecto. Em relação a abril de 2015, o INA teve redução de 8,1%. E, no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o período janeiro-abril de 2015, o índice apresenta retração de 10,5%. Apesar de tudo, segundo o gerente do Depecon, Guilherme Moreira, é possível manter a expectativa de que a estabilidade do indicador represente uma tendência a ser confirmada nos próximos meses. “Nossa esperança é de que o INA pare de cair e comece a caminhar para uma estabilização.” Fator primordial para isso, em seu entender, é a retomada do consumo das famílias.

Para o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências, o fato de o índice de confiança ter voltado a crescer na indústria em abril é um vetor positivo para a atividade econômica, cujo cenário de recuperação “deve ficar mais claro no segundo semestre”.