
O Estado de S. Paulo
09 Junho 2016 | 03h00
Como observa André Macedo, do IBGE, os estoques diminuíram, houve melhora da confiança dos empresários e a base de comparação é muito baixa, após uma sequência de quedas anteriores. É esse nível muito baixo que tende a mostrar, doravante, desempenho melhor da indústria na margem.
No geral, constata-se um predomínio dos setores que apresentam crescimento negativo. Só 11 dos 24 setores registraram aumento da produção em abril em relação a março. Entre os setores em que a produção subiu está o de bens de capital, com uma taxa positiva de 1,2% em abril em relação a março. O setor, por sinal, acumula avanço de 7,7% na produção nos últimos quatro meses.
O Indicador de Nível de Atividade (INA) medido pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, também apresentou resultado positivo em abril (1,2%). Mas não há muito o que comemorar, também por causa do retrospecto. Em relação a abril de 2015, o INA teve redução de 8,1%. E, no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o período janeiro-abril de 2015, o índice apresenta retração de 10,5%.
Apesar de tudo, segundo o gerente do Depecon, Guilherme Moreira, é possível manter a expectativa de que a estabilidade do indicador represente uma tendência a ser confirmada nos próximos meses. “Nossa esperança é de que o INA pare de cair e comece a caminhar para uma estabilização.” Fator primordial para isso, em seu entender, é a retomada do consumo das famílias.
Para o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências, o fato de o índice de confiança ter voltado a crescer na indústria em abril é um vetor positivo para a atividade econômica, cujo cenário de recuperação “deve ficar mais claro no segundo semestre”.
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