Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Indústria luta para vencer a estagnação

.

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

A indústria parece ter superado o período de grandes quedas sucessivas, mas ainda está marcando passo. Depois da redução de 0,2% em janeiro, em relação ao mês anterior, a produção industrial apresentou ligeiro crescimento de 0,1% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Já em confronto com o mesmo mês de 2016, houve recuo de 0,8%.

No esforço do setor para sair da estagnação, o resultado mais promissor é o aumento da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,1%), com o que a produção de bens duráveis de consumo registrou alta de 7,1%, sempre em fevereiro em confronto com o mês anterior. O que se verifica é que a indústria automotiva vem sustentando o patamar de produção, acompanhado pela expansão da produção de eletrodomésticos das linhas marrom e branca, como disse o economista André Macedo, do IBGE.

Embora a base de comparação seja baixa, também é alvissareira a elevação de 9,8% de máquinas e equipamentos, puxada pela demanda de implementos pelo setor agrícola. O que surpreendeu foi a queda da produção de celulose e produtos de papel (-3,7%) e da indústria extrativa (-0,5%), setores que vinham tendo taxas positivas este ano e que tendem a se recuperar.

A produção industrial em fevereiro cresceu em 13 dos 24 setores pesquisados. Bom indício de melhora é o desempenho positivo, pelo terceiro mês consecutivo, da média móvel trimestral, que amortece variações extremas e indica tendência. A média móvel teve alta de 0,6% em dezembro, 0,9% em janeiro e 0,8% em fevereiro.

Outro elemento a considerar é que o primeiro bimestre de 2017 revela um avanço de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o resultado no primeiro bimestre de 2016 foi uma queda de 11,5%, no mesmo tipo de comparação. Nos 12 meses terminados em fevereiro de 2017, constata-se um recuo de 4,8%, taxa elevada, mas que representa praticamente a metade da que se verificou no período anual findo em junho do ano passado (-9,7%).

Os dados sugerem que o início da retomada mais firme da indústria foi adiado para março, que, como indicam dados preliminares, foi um mês bem melhor.