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Investimento voltou a crescer, diz o Ipea

Depois de longo período de virtual estagnação, Indicador de Formação Bruta de Capital Fixo registrou em junho alta de 1,4% em relação a maio

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Por Redação
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Depois de um longo período de virtual estagnação, o Indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), calculado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registrou em junho alta de 1,4% em relação a maio. O crescimento dos investimentos no mês não evitou, porém, uma queda de 1,3% no total do segundo trimestre em relação aos primeiros três meses de 2017 e um recuo de 6,2% no acumulado dos últimos 12 meses.

Como explica a Carta de Conjuntura do Ipea, o comportamento do comércio exterior explica parte do resultado de junho, que mostra um cenário mais benigno. O resultado do mês foi consequência principalmente do consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – cuja estimativa resulta da produção doméstica acrescida das importações e diminuída das exportações –, que cresceu 4,1%.

A produção interna de bens de capital deixou de despencar, permanecendo estável em junho. A importação cresceu 2,6% em relação a maio, o que é um bom sinal, pois mostra que a indústria vem se reequipando. Já o volume exportado de bens de capital, que é subtraído da produção doméstica, registrou queda de 10,7%, evidenciando a falta de competitividade externa. O mesmo padrão foi observado no segundo trimestre, com uma expansão do Came de 4% em comparação com o mesmo período de 2016.

O que vinha atrasando o crescimento dos investimentos era a construção civil, cujo indicador registrou três variações negativas este ano, mas em junho avançou 1,8% em relação a maio. Mesmo assim, houve queda de 3,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro e de 6,4% na comparação com o mesmo período de 2016. Já o Came da construção civil retrocedeu 17,6% em comparação com junho do ano passado. Segundo o Ipea, parte dessa queda pode ser explicada por uma alta base de comparação, uma vez que o volume importado de bens de capital registrou forte alta em junho do ano passado.

É claro que esses resultados estão longe de configurar uma tendência, pois pode se repetir a oscilação que tem sido observada no ritmo de atividade de vários setores. Mas, na fase que atravessa a economia brasileira, um dado positivo sobre investimentos fortalece a expectativa de melhora nos próximos meses, em razão da queda da inflação e dos juros, acompanhada de uma incipiente retomada da demanda.