Imagem ex-librisOpinião do Estadão

O mercado de imóveis dá alguns sinais de alento

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

O mercado de imóveis foi um dos mais atingidos pela recessão, daí a importância dos sinais de alento que vieram do Summit Imobiliário 2017, promovido pelo Estado e pelo sindicato da habitação (Secovi-SP), e que infundem ânimo no setor. O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) – maior agente do financiamento imobiliário do País –, Gilberto Occhi, vai mais longe e acrescenta que, além das expectativas favoráveis, “há também dados que já mostram essa realidade”.

No primeiro bimestre, por exemplo, a CEF liberou R$ 14 bilhões em crédito imobiliário, montante superior ao de igual período do ano passado e parte de um orçamento de R$ 84 bilhões para este ano, superior aos R$ 81 bilhões emprestados em 2016. Para o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, “os investidores já olham o Brasil de outra forma”. O presidente do conselho da MRV Engenharia, Rubens Menin, previu uma retomada gradual no curto e médio prazos, sustentada por demanda consistente, oferta de crédito e continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida.

Pesquisas recentes sobre a situação da construção realizadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), porém, revelaram altos e baixos no nível de confiança dos empresários. Após dois meses de avanço das expectativas positivas, a Sondagem Indústria da Construção da CNI registrou queda em março. Já a Sondagem da Construção da FGV constatou melhora das expectativas, indicando a “percepção dos empresários de que o cenário de queda da atividade da construção não deve persistir por muito mais tempo”, como notou a coordenadora do levantamento, Ana Maria Castelo.

O que empresários e autoridades presentes no Summit Imobiliário 2017 deixaram transparecer é que a melhora das expectativas e da atividade decorre do rumo dado à política econômica. A atividade imobiliária depende de emprego e renda em alta e de juros e inflação em queda, além de oferta adequada de crédito.

Quarto maior mercado imobiliário do mundo, o Brasil saiu da euforia observada no início da década para forte recessão. Agora, ensaia os primeiros passos da retomada. Os números de 2016, indicando prejuízos bilionários para algumas construtoras, parecem fazer parte do passado. O déficit de moradias deverá voltar a estimular a demanda.