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Opinião|Os círculos da Lava Jato

Os investigadores dizem que, com a Arquivo X, a Lava Jato chega mais perto do 'coração' dos governos de Lula e Dilma Rousseff

Atualização:

Na semana passada, escrevi neste espaço que o longo e enfático preâmbulo feito pelo procurador Deltan Dallagnol quando Lula foi denunciado não era por acaso, uma vez que o Ministério Público estava preparando outras peças tendo o ex-presidente como alvo. A nova fase da Lava Jato, que atinge o Ministério da Fazenda, faz parte dessa lógica. Os investigadores dizem que, com a Arquivo X, a Lava Jato chega mais perto do “coração” dos governos de Lula e Dilma Rousseff. Além de Guido Mantega, outros personagens centrais do petismo devem aparecer nessa fase: Antonio Palocci, Erenice Guerra e Luciano Coutinho são alguns dos nomes citados por integrantes da força-tarefa. A linha de apuração será mostrar que, assim como a Fazenda, a Casa Civil e o BNDES também eram usados para negociar pagamentos de empresários com negócios com o governo para o PT e caciques da legenda. Os dois ex-ministros e o ex-presidente do BNDES já foram citados por delatores em fases anteriores da Lava Jato como interlocutores do partido. Primeiro, a Lava Jato desvendou a participação de diretores de estatais, dirigentes partidários, empresários e políticos no petrolão. Agora, ao avançar para sua infiltração também nos bancos públicos e na administração direta, quer comprovar a tese de que havia uma “propinocracia” destinada a perpetuar o PT no poder, tendo Lula no centro – como desenhado no já icônico infográfico exibido por Dallagnol na entrevista há duas semanas. 

O X DA QUESTÃO 1 Lava Jato vai investigar a ligação de Eike com políticos Eike Batista não teve a prisão pedida, mas a Lava Jato não vai poupá-lo. A força-tarefa vai investigar a ligação do “senhor X” com políticos, sobretudo do PMDB do Rio. Uma conta operada por ele no Panamá já está no radar.

Na mira. Eike achou que passaria incólume ao depor sobre Mantega Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O X DA QUESTÃO 2Empresário achava que seria tratado como testemunha Amigos de Eike lamentam que o empresário foi “ingênuo” e “mal orientado” ao depor sobre o encontro com Mantega e o pagamento de R$ 5 milhões ao marqueteiro João Santana. Ele estava certo de que seria tratado como testemunha.

COMUNICAÇÃOGoverno Temer vai centralizar informações e publicidade  A Secom se antecipou à ideia – que dificilmente vingará, aliás – de criar uma supersecretaria para cuidar da imagem do governo Michel Temer. Na sexta-feira, os assessores de todos os ministérios receberam novas orientações: haverá um novo portal de internet para unificar as informações, as redes sociais dos ministérios serão supervisionadas pelo Planalto e mesmo o plano de gastos em publicidade será centralizado.

AGORA VAI?Fachin deve pautar denúncia contra Renan ainda este ano O ministro Edson Fachin vai liberar até o fim do ano para a pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal a denúncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL), da qual é relator. Renan foi denunciado por peculato e falsidade ideológica sob a acusação de ter usado um lobista de empreiteira pagar pensão a uma filha. Fachin – que havia liberado o voto em fevereiro, mas recuou – não quer que Renan deixe a presidência do Senado sem ter a denúncia analisada.