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Recuperação ainda lenta e desigual

Quando considerados os locais pesquisados pelo IBGE, observa-se que o crescimento é menos disseminado geograficamente

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Por Redação
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O crescimento da produção industrial, de 1,9% no acumulado janeiro-outubro deste ano na comparação com o resultado dos dez primeiros meses do ano passado, embora modesto, indica a recuperação desse setor da economia que foi duramente prejudicado pela crise iniciada em 2014.

O fato de 15 dos 24 setores industriais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) terem registrado expansão em outubro na comparação com setembro mostra que esse movimento é disseminado. Mas, quando considerados os locais pesquisados pelo IBGE, observa-se que o crescimento é menos disseminado geograficamente. Apenas 6 dos 14 locais pesquisados em outubro registraram aumento de produção em relação ao mês anterior.

Os dados regionais divulgados pelo IBGE na sexta-feira passada mostram que importantes regiões produtoras registraram queda em outubro na comparação com setembro, como São Paulo (-1,2%), Minas Gerais (-1,2%) e Rio Grande do Sul (-0,6%). A produção da Região Nordeste também diminuiu (-0,6%), devido a recuos acentuados na Bahia (-7,0%) e em Pernambuco (-2,1%).

Embora os resultados acumulados do ano e dos 12 meses encerrados em outubro sejam positivos na comparação com iguais períodos do ano passado, alguns Estados vêm registrando desempenho oscilante ao longo de 2017, o que sugere uma certa debilidade da recuperação. O crescimento médio da produção em outubro na comparação com setembro, de 0,2%, igualmente sugere alguma fragilidade desse processo.

A despeito dos sinais contrastantes de alguns indicadores, é muito provável que a indústria, sobretudo a de transformação – que exige mão de obra com melhor preparo e, por isso, costuma oferecer os empregos mais bem remunerados –, feche o ano com resultado positivo, após longo período de declínio, muito acentuado em alguns momentos.

Estimativas de produção e faturamento em 2017 divulgadas por associações de empresas industriais dão a dimensão da expansão pelos diferentes setores. A indústria elétrica e eletrônica abrigada na Abinee deve aumentar seu faturamento em 5% neste ano; para 2018, prevê-se crescimento de 7%. Já o faturamento líquido da indústria química deve fechar o ano em R$ 379,3 bilhões, valor 1,2% maior que o registrado em 2016.