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São Paulo lidera a aceleração industrial

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Por Redação
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A indústria brasileira mostrou crescimento generalizado, em janeiro, mas os dados mais auspiciosos vieram de São Paulo, onde a produção manufatureira aumentou 3% sobre dezembro e voltou aos níveis pré-crise - no período, a média nacional foi negativa em 4,9%. São dados do IBGE, que confirmam as previsões da Fiesp, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de consultorias privadas, indicando que o setor industrial brasileiro deverá crescer 10% ou mais, neste ano, e o PIB, cerca de 6%. Comparado ao início de 2009, época de recessão, o ritmo de recuperação industrial foi chinês - alta de 48,5%, no Espírito Santo; de 33,9%, no Amazonas; e de mais de 20%, em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. Como um todo, o setor cresceu 1,1% em relação a dezembro e 16% em relação a janeiro de 2009. Em São Paulo, destacaram-se a indústria automobilística (+45%), a de máquinas e equipamentos (32,7%) e a de produtos de metal (62,9%), além de químicos, borracha e plásticos e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. O comportamento da produção manufatureira paulista foi influenciado pelo mercado interno. O crescimento de São Paulo costuma anteceder o do País, um sinal promissor para o futuro. Em outras regiões, a retomada veio do mercado de commodities - caso do Espírito Santo, onde se destacaram o minério de ferro e a metalurgia básica. Nesse caso, a recuperação sustentada dependerá da economia mundial, como já se vê nos preços do minério de ferro, cuja alta poderá atingir 80%, segundo analistas. A indústria foi o setor mais atingido pela crise global - em dezembro de 2008 cortou 273 mil vagas formais. O quadro reverteu-se e falta mão de obra qualificada, inclusive na construção civil, que precisará contratar 320 mil pessoas em 2010. No mercado interno do País destacaram-se os têxteis, calçados, produtos farmacêuticos, alimentos e bebidas. No Rio, a produção do setor de perfumaria, sabões e produtos de limpeza aumentou 44% entre janeiro de 2009 e de 2010. No Rio Grande do Sul, o setor de mobiliário cresceu 86,8%. Em Goiás, a produção química cresceu 145,3%, dada a demanda de medicamentos, adubos e fertilizantes. Em Santa Catarina, houve crescimento atípico da produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (182,2%) e de máquinas e equipamentos (33,3%). A recuperação industrial é forte, mas perderá ritmo em 2011, quando será preciso um ajuste fiscal e o cenário para exportações continuará difícil. Investimentos na infraestrutura ajudariam a exportação e o parque manufatureiro local.