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Surgem mais sinais de um ano melhor no varejo

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Por Redação
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A Páscoa trouxe boas notícias não apenas para as crianças que ganharam chocolate, para as famílias que desfrutaram de um feriado prolongado, para restaurantes, bares e hotéis de cidades turísticas cujo movimento cresceu, mas, sobretudo, para o comércio varejista em geral. Primeira das grandes datas anuais do varejo, a Páscoa apresentou resultados positivos. Na semana de 9 a 15 de abril, comparativamente à semana anterior, houve aumento de 0,93% no faturamento das lojas, segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre fevereiro e março, segundo a Boa Vista SCPC, com a base de dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas subiram 2,5%.

Em geral, as vendas da Páscoa são de pequeno valor, de tal modo que seu desempenho reflete o comportamento das mais diversas faixas de renda.

Nem só as marcas mais renomadas foram demandadas, mas também produtos populares e de largo consumo.

De qualquer modo, a recuperação é um sinal positivo após dois anos de Páscoas dramáticas para o varejo: entre 2014 e 2015 houve queda de 4,93% nas vendas, porcentual que atingiu 16,81% negativos entre 2015 e 2016.

Os indicadores da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostraram a intensidade da queda de vendas nos últimos anos e a importância da recuperação, ainda que modesta, neste momento. A melhora registrada neste ano não repõe as vendas aos níveis de 2015, mas indica que a recuperação não só é possível, como está em curso.

O principal fator de melhora das vendas varejistas é a redução da inflação. O índice oficial (IPCA) foi de 0,32% em março e já é projetado em torno de 4% neste ano. O IGPM da FGV caiu 0,99% na segunda prévia de abril e o IGP-10, também da FGV, cedeu 0,76% na primeira prévia do mês, declinando para 3,89% em 12 meses. Inflação cadente é sinal de perda menor do poder de compra dos salários – ou de ganho real, se os dissídios assegurarem correção em nível superior à do avanço dos preços.

O aumento das vendas à vista contrasta com a queda das vendas a prazo e abre uma janela para resultados positivos: o consumidor que hoje tem o bom senso de evitar o juro alto cobrado nas linhas usadas no varejo é o mesmo que comprará mais a prazo, se o juro cair.