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Uma queda diminuta dos juros bancários

A queda foi tão pequena – 0,04 ponto porcentual em relação a setembro – que melhor é falar em estabilidade de juros, pois, conforme o valor das prestações, a redução será de centavos

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Por Redação
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Depois de subirem ininterruptamente durante 24 meses, as taxas de juros cobradas das pessoas físicas caíram em outubro, segundo o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. Mas a queda foi tão pequena – 0,04 ponto porcentual em relação a setembro – que melhor é falar em estabilidade de juros, pois, conforme o valor das prestações, a redução será de centavos.

Os juros anuais cobrados pelo comércio caíram de 98,95% ao ano em setembro para 98,05% ao ano no mês passado. No cartão de crédito, diminuíram de 463,03% para 457,21% ao ano. Nos financiamentos bancários de automóveis, de 32,3% para 31,68% ao ano. Nos empréstimos pessoais de bancos, de 73,52% para 73,13% ao ano, e de financeiras, de 166,17% para 164,12% ao ano. Subiu apenas o juro médio do cheque especial, de 309,24% em setembro para 311,43% ao ano em outubro. Em quase todos os casos, são juros altos o bastante para que devam ser evitados pelos tomadores, se possível.

Para as pessoas jurídicas, a taxa média de outubro foi idêntica à de setembro: 4,81% ao mês ou 75,72% ao ano. A queda no custo das linhas de capital de giro, de 38,96% para 37,67% ao ano, foi compensada por aumento no custo do desconto de duplicatas e das contas garantidas, espécie de cheque especial das empresas. Estas subiram de 162,95% em setembro para 165,29% ao ano em outubro, as mais elevadas da série histórica da Anefac.

No processo de alta do juro básico, os juros ativos – cobrados dos clientes das instituições financeiras – subiram mais do que os juros passivos – pagos pelas instituições que captam recursos no mercado. Há, portanto, espaço para a redução dos juros ativos. E este espaço tende a crescer porque os juros passivos já começaram a cair.

De modo geral, os bancos continuarão restringindo a oferta de crédito, devido à situação difícil de grande número de empresas e de pessoas físicas, muitas das quais endividadas e que declaram não ter condições de quitar as dívidas. Mas em 2017, com projeções de queda de inflação e de juros, é possível que o crédito se torne mais acessível.