10 de julho de 2020 | 03h00
DESIGUALDADE
A desigualdade no Brasil é estarrecedora, absurda e vergonhosa. Fundadores da Ricardo Eletro foram presos por sonegação fiscal que pode chegar a R$ 400 milhões; 26 delatores da Operação Lava Jato que fizeram acordo de delação devem R$ 126 milhões em multas atrasadas; enquanto na pequena Januária (MG) pai transporta filha de 9 anos de idade, com dificuldade de locomoção, num carrinho de mão até uma UPA por falta de transporte médico e milhões esperam R$ 600 do governo para sobreviver.
José A. Muller
Avaré
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RECONSTRUÇÃO
O que seria dos mais pobres e desassistidos se não fosse a ação voluntária de milhares de brasileiros ajudando seus compatriotas? Atualmente estamos sendo completamente desgovernados. Governadores e prefeitos fazem o que podem sem nenhuma bússola a guiá-los nesta pandemia. Além de terem de lidar com a falta de recursos, precisam se contrapor desesperadamente às mensagens perversas, porque desinformam, expressas por este demente que nem ouso chamar de presidente porque não preside o País, expele veneno tóxico. Há quem goste, mas creio que por estarem imunes a essa toxidade, por serem também feitos da mesma cepa. Os que chegaram a acreditar nele no começo, grande parte assustada e decepcionada, debandaram e se distanciaram desta loucura toda! Mas, ao fim, o tamanho do prejuízo à nação é incontável e veremos o quanto, mais adiante, quando a pandemia desistir de nós. Dai só daremos de frente com escombros e teremos de arregaçar as mangas e reconstruir este país cada qual fazendo sua parte de acordo com suas possibilidades. E os que quiserem continuar dependentes desta crença no tal “mito”, que continuem aparteados desse esforço que seremos obrigados a colocar sobre nossos ombros, pois eles continuarão a nos atropelar, já que não existe um Bolsonaro ou bolsonarismo, o que existe é uma doença mental, uma perversidade, uma enorme, gigantesca indiferença com os destinos do País, que sempre os caracterizou. Não nos furtaremos a essa tarefa, ainda que pesada, porque somos fortes e porque não desistiremos do nosso país. Sigamos em frente!
Eliana França Leme
Campinas
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SEGUNDA ONDA
Se o prefeito do município do Rio de Janeiro não revogar seu decreto de liberação de bares, sem dúvida, a segunda onda da covid-19 virá em breve. A parceria entre os “filhinhos de papai” e os criminosos proprietários de botequins de rua constitui a tempestade perfeita para irritar, tumultuar a vizinhança e pôr em risco a população frágil de idosos moradores próximos às espeluncas. Lamento que estejamos nas mãos de governantes irresponsáveis e de uma Justiça inepta, incapaz de resolver as pendências que já existem há alguns anos sobre estes bares. Não desejo o mal de ninguém, porém a infecção destes protagonistas pela covid-19 será um corretivo melhor do que os decretos e os processos em curso sobre essa matéria.
Mário Negrão Borgonovi
marionegrao.borgonovi@gmail.com
Rio de Janeiro
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CIDADÃO NÃO!
O episódio ocorrido no Rio de Janeiro na semana passada, em que um agente da Vigilância Sanitária foi atacado por uma mulher que se sentiu ofendida por ele ter usado a palavra “cidadão”, demonstra, além da arrogância, sua total ignorância, apesar do diploma de Engenharia. Na verdade, ela deveria entender como elogio, pois o seu comportamento foi típico de um simples indivíduo muito longe da postura de um verdadeiro cidadão.
Antonio C. Mesquita, engenheiro
São Paulo
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DEU RUIM
O engenheiro civil carioca que ofendeu o fiscal recebeu coronavoucher, o auxílio emergencial... O casal não sabia que pessoa que tem celular é jornalista. Tome cuidado. Se bem que vai ter de sair do Rio de Janeiro. Espero não venha para Minas Gerais!
Sérgio C. Rosa
Belo Horizonte
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CASAL RUDE
O vídeo que mostrou o casal discutindo com o superintendente da Vigilância Sanitária durante uma fiscalização em bares e restaurantes na Barra da Tijuca não deixa dúvidas. Não entendemos o motivo pelo qual o trabalho de um engenheiro é melhor que o trabalho de um funcionário da Vigilância Sanitária. Os funcionários da prefeitura que fazem a coleta do lixo são tão importantes quanto os médicos que salvam vidas nos hospitais. Alguns profissionais estudam durante um tempo maior do que outros, assim como os salários também são diferentes, de acordo com cada profissão. Desvalorizar o trabalho do outro é impróprio e inaceitável. Imagine o sofrimento de uma pessoa que tem dor num dente e não consegue ir ao dentista ou quem está com o pneu do carro furado e não encontra um borracheiro por perto. Aquele confuso casal deixou tudo gravado em vídeo, para que os amigos e conhecidos pudessem identificar melhor a sua conduta.
José Carlos Saraiva da Costa
Belo Horizonte
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MILITÂNCIA DESUMANA
A notícia de que Jair Bolsonaro testou positivo para a covid-19 era algo previsível num país em pandemia. Outros chefes de Estado já passaram por isso e se recuperaram. O mesmo deve ocorrer com o brasileiro. Mais preocupante que a saúde do presidente é a militância de adversários seus que pregam publicamente a sua morte. Deveriam se envergonhar, pois, independentemente de quem é o paciente, se insurgem contra a vida, bem maior da humanidade. O odioso comportamento expõe o inconformismo daqueles cujos preferidos foram apeados do poder ou perderam as eleições. Pelo bem do País, os adversários não deveriam impor a perseguição sem trégua ao presidente. Atenderiam melhor aos anseios da comunidade se, em lugar de combater intransigentemente, discutissem programas e propusessem alternativas e soluções. Apesar da militância desumana, jamais torceremos para que morram os detratores do presidente. Pelo contrario, queremos que vivam para, um dia, poderem admitir que estiveram equivocados e, finalmente, contribuir para a grande tarefa de construção nacional. Não queremos partido único de esquerda nem de direita. Precisamos da salutar alternância no poder e do respeito à vontade popular. Que vivam todos.
Dirceu Cardoso Gonçalves
São Paulo
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MENSAGEM DE ÓDIO
Na quarta-feira, em artigo publicado num dos jornais de maior tiragem do País, não sendo eu seu assinante, o li e fiquei absolutamente estarrecido com a que ponto de intolerância estamos chegando: um brilhante jornalista desejou a morte de nosso presidente. Mensagem de ódio. Confesso que fiquei aguardando o Estadão do mesmo dia, e qual não foi a minha agradável surpresa com o artigo de Vera Magalhães Bolsonarice contagiosa (8/7, A5). Mesmo sendo ela desafeto de Bolsonaro e utilizando ao longo deste tempo críticas democráticas em relação à sua atuação, exerceu seu profissionalismo jornalístico ao se posicionar contra o teor daquele artigo. Não se deseja a morte de ninguém. Deveria lê-lo e perceber que homens públicos podem e devem ser criticados pela imprensa por meio de um pilar democrático, a livre e espontânea liberdade de expressão. Delas devem se defender com atitudes saudáveis e também não menos democráticas. Parabéns à jornalista pelo seu humanismo e, repito, profissionalismo informativo. Não devemos temer as ideias, e sim as canetas. Finalizo com sua expressão: “não há nada que justifique que democratas, pessoas e instituições se ponham a ‘torcer’ pela morte deste ou daquele”.
Claudio Baptista
São Paulo
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GENTE DOENTE
Bolsonaro contraiu o vírus. Me chamem de inocente, mas tem muita gente falando e doente por aí. Não de covid, mas mentalmente. Gente que quer ver o homem morto e gente que duvida e acha que é golpe publicitário. Só se calam aqueles que acham que cedo ou tarde todos entrarão em contato com o vírus.
Oscar Thompson
Santana de Parnaíba
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‘A VIDA, O VÍRUS E A POÍTICA’
Não é simples concordar com todos os termos do editorial A vida, o vírus e a política (9/7, A3), quando o próprio mandatário-mor do País defende a morte da política e desdenha das milhares de pessoas que perderam sua vida devido à covid-19. Além do mais, de um presidente que somente existe e persiste baseado na mentira, a comprovação de que realmente esteja doente somente virá pela testagem positiva de alguns dos que com ele estiveram, infelizmente.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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FORÇA PRESIDENTE!
Já são 66 mil mortes pelo País, uma desgraça, muitos foram atraídos pelo canto mórbido da sereia, pagaram o preço com a vida, por estarem fechados com o presidente Bolsonaro. Hoje, Bolsonaro testa positivo para o coronavírus, e temos de ser altruístas, desejar uma boa recuperação, regado a uma dose cavalar de hipocrisia. Bolsonaro zomba dia sim e outro também do povo brasileiro, mas o povo tem de torcer pelo algoz, o verdugo. Pura hipocrisia. Qual o primeiro pensamento diante dessa notícia, para quem perdeu um ente querido? O que desejar para um presidente genocida? Força? Recuperação? O.k., então tá. Respeite o povo brasileiro, senhor presidente, para ser respeitado como tal.
Leandro Ferreira
Guarulhos
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AUTORREFERÊNCIA
“Brasileiros não se contagiam facilmente porque estão acostumados a mergulhar no esgoto” (sic), Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil.
Filippo Pardini
São Sebastião
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OPORTUNIDADE DE OURO
O presidente Jair Bolsonaro insistiu tanto em desafiar o vírus da covid-19 que finalmente testou positivo. Neste momento em que o presidente ensaiava uma nova fase sem confrontos contra tudo e todos, ao melhor estilo do inesquecível Lulinha paz e amor, seria a oportunidade de ouro para pedir desculpas à população, diante de mais de 66 mil mortos e mais de 1,5 milhão de infectados, pelo péssimo comportamento e recados errôneos que insistiu em lhes oferecer. Assim, poderia reconquistar parte do eleitorado que nele votou por única opção, diante da inviabilidade da outra, e que perdeu ao longo de apenas 1,5 ano de mandato. Mas Bolsonaro preferiu retornar ao insano discurso do tempo da gripezinha e irresponsavelmente incentivar o uso da cloroquina, um medicamento sem comprovação científica de eficácia, contraindicado e que tem efeitos colaterais perigosos – e o presidente diz que já o está usando. Como ele certamente está sendo tratado por médicos conceituados, duvido muito que estes lhe tenham prescrevido a substância.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
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CORONAVÍRUS
Estava na cara que Bolsonaro ia pegar covid-19. É o único político que não usa máscara. Os outros nunca vão pegar. Sempre usaram.
Carlos Avino
São Paulo
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CHUVAS E TROVOADAS
Na “chuva” do vírus, não há “impermeáveis”. Sem proteção, qualquer um termina “molhado”. E isso inclui ignorantes. Mesmo os de galocha...
A.Fernandes
São Paulo
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EXEMPLO DE IRRESPONSABILIDADE
Bolsonaro, como chefe da Nação, deu péssimo exemplo ao constatar estar infectado pela covid-19, e com certeza passou este vírus a centenas de pessoas com quem ele teve contato, já que nunca usou máscara. Gripezinha, atleta. Total irresponsabilidade. Infelizmente, nossos presidentes Lula, Dilma e Temer não foram exemplos para a nossa Nação. Quando é que o povo vai acertar nas escolhas?
Nelson Teiji Aoki
São Paulo
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EUREKA!
Final
ente foi descoberta a pedra do quebra-cabeça que explica por que nosso presidente insiste em se contrapor a tudo e a todos, desde as recomendações das autoridades sanitárias nacionais e internacionais sobre como enfrentar a pandemia virótica atual, seja pelos conflitos permanentes que vem travando com os outros poderes da Nação e com os órgãos de comunicação em geral. Suas atitudes resultam de sonho que acalenta desde a meia idade, qual seja, de fazer parte do grupo musical Só Pra Contrariar.
José Claudio Marmo Rizzo
São Paulo
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NOSSA FALTA DE IDENTIDADE COMEÇA NA LINGUAGEM
José Nêumanne está absolutamente correto ao defender a Língua Portuguesa (Até quando Jair fará pouco de nossa sobrevivência?, 8/7, A2). “Rachadinha” vem de rachid, que dá ao povo uma impressão falsa pelo eufemismo: transparece uma desimportante divisão em mesa de bar, algo irrelevante para a República, quando tem nome e significado no Direito Penal: peculato, que consiste em apropriar-se das finanças do Estado para si ou para outrem; fazer de conta que trabalha, receber os vencimentos e compartilhá-lo, na maior medida, com o chefe. Do mesmo modo, as fake news, conjunção de duas expressões inglesas, quando a língua pátria pode utilizar-se de uma e contundente: mentira. Jânio Quadros, de má ou boa memória, mas sem dúvida um amante da língua e da clareza quando se dirigia às massas populares, ao ouvir de um colega de palanque que “precisamos reduzir o déficit público”, apartou-o dizendo que seria melhor: “Temos de acabar com a bandalheira”. Foi unanimemente aplaudido.
Amadeu R. Garrido de Paula
São Paulo
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ATÉ QUANDO?
Excelente o artigo de José Nêumanne de quarta-feira (8/7, A2)! Vivemos desde 2003 governos insensatos, mesquinhos, eleitos à custa de uma população sem alimentos, sem moradia, sem saneamento e sem educação básica que poderia lhe propiciar maior discernimento em suas escolhas. A sobrevivência fala mais alto e, aí, temos o nascedouro de déspotas sem caráter e sem o mínimo de amor ao próximo e à Pátria.
Suely Grimaldi
São Paulo
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ELEIÇÃO 2022
Muito importante realmente será a possível candidatura de Sergio Moro nas próximas eleições presidenciais, pois a democracia brasileira que, por tradição histórica sociocultural, sempre foi equívoca, jamais unívoca, precisa agora de um legítimo representante, em pleito presidencial que represente uma direita responsável, sem excessos e sem pantomimas, porém com todo o conhecimento de causa que o cargo exige, além dos indispensáveis bons antecedentes e retos comportamentos e compromissos com a nação brasileira, ainda ávida pelos bons ventos de uma verdadeira e saudável democracia.
Marcelo G. Jorge Feres
marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com
Rio de Janeiro
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A BOA E A MÁ NOTÍCIAS
A boa notícia é que o Foro de São Paulo, criado por Luiz Inácio da Silva, Hugo Chávez e Fidel Castro, que contaminou muitos países nas Américas, foi extinto. A má notícia é que está germinando um novo Foro de São Paulo sob o nome de Internacional Progressista.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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ESQUERDA BRASILEIRA
A esquerda política brasileira não fala, não faz nem pensa nada positivo. Depois de 35 anos de regime democrático, nossa esquerda é apenas um amontoado de organizações criminosas (PT, PSDB, PSOL, MDB PDT etc.) povoadas por gente corrupta, nociva e parasita.
André Coutinho
Campinas
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O FUTURO NO SUPREMO
Se Jair Bolsonaro já indicou um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF), corremos o risco de vir a integrar a Corte um ministro negacionista, caso Augusto Aras seja conduzido pelo presidente quando surgir a vaga. Além da intenção de interferir na Lava Jato (Paraná), ao limitar a atuação de procuradores do Ministério Público Federal em assuntos que dizem respeito à pandemia do novo coronavírus (Estado, 8/7), Aras relativiza a importância da tomada de decisões em nível coletivo, priorizando medidas de caráter subjetivo que geram confusão e restringem a aplicação da lei de modo uniforme.
Maria Lucia Ruhnke Jorge
Piracicaba
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FISCALIZAÇÃO EM SP
A Prefeitura Municipal São Paulo (PMSP) cobra anualmente a Taxa de Fiscalização de Estabelecimento (TFE). Não fiscaliza nada. Só cobra. Exemplo disso são os exaustores industriais do restaurante Coco Bambu na Vila Nova Conceição. Ficam ligados 24 horas por dia, e o bairro, estritamente residencial, recebe um barulho ensurdecedor deste restaurante. Ninguém toma providências para desligarem essas turbinas. Onde está a fiscalização da PMSP?
Jorge Lincoln Espírito Santo
São Paulo
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CRIMINOSOS BLOQUEIAM RODOVIAS
Uma emissora de tevê mostrou imagens de um bando de criminosos contumaz em invadir e bloquear trechos de rodovia (Castelo Branco?), quando forçam a parada de motos a caminhões, para roubar seus condutores e até mesmo os veículos. Quando a polícia chega ao local, já desapareceram na região. Um condutor de moto a caminhão não é obrigado a parar seu veículo diante de um bloqueio desses que não tiver policiamento sinalizando para chamar a atenção, porque sem isso não terá condições de distinguir entre um protesto pacífico ou de criminosos. Qual será a reação de comunidades próximas quando algum desses bandos for atropelado ao tentar bloquear um caminhão e este não obedecer?
Laércio Zannini
São Paulo
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SEGURANÇA PÚBLICA
A par das constatações lamentáveis, porém verdadeiras, da Brazil Forum UK 2020 sobre a segurança pública no Brasil, faltou dizer do descaso com que alguns governadores de Estado, principalmente o de São Paulo, vêm tratando o delicado assunto. É de lamentar, também, que o Estadão e o experiente jornalista Marcelo Godoy não tenham relatado que no Brasil se praticam um dos piores salários de policiais entre os países do seu nível e, devido à absurda defasagem dos efetivos, em especial nas polícias civis, quase não existe mais investigação de crimes.
Jarim Lopes Roseira
ipa.saopaulo@ipa-brasil.org.br
São Paulo
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