17 de fevereiro de 2022 | 03h00
Tragédia em Petrópolis
Mortes e destruição
Há anos acontecem tragédias como a desta semana aqui, em Petrópolis. Depois que as águas escoam e a vida volta ao normal, a prefeitura e demais órgãos de Estado esquecem o ocorrido e as casas construídas em lugares perigosos e ilegais continuam a sofrer com as intempéries da natureza. Parece que os governantes não se dão conta da necessidade da limpeza dos rios e do cuidado do lixo acumulado que a população involuntariamente ignorante ali despeja. Políticos de plantão não têm conhecimento básico de Geografia e História nem consciência ambiental para atuarem com o mínimo de preocupação com a cidade imperial. É lamentável que tudo continue como antes e que no próximo verão tenhamos de suportar mais mortes e desabamentos de casas.
Mário Negrão Borgonovi
marionegrao.borgonovi@gmail.com
Petrópolis (RJ)
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Não foi azar
Um bom parâmetro para as tragédias terrenas são os desastres aéreos, que são investigados, reparados e, a partir de então, evoluem para que jamais se repitam em outra operação. Em Petrópolis (RJ), por exemplo, a reedição de um passado recente tenebroso chega pelas mãos da irresponsabilidade daqueles que deveriam cuidar e monitorar sistemática e permanentemente a cidade, buscando soluções diuturnas, dentro de uma geografia vulnerabilíssima, para os fenômenos da natureza. De preferência, sem contar sempre com a sorte.
Ricardo C. Siqueira
ricardocsiqueira@lwmail.com.br
Niterói (RJ)
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Incapacidade
Esta repetida tragédia em Petrópolis – a de 2011 matou mais de 900 pessoas – demonstra a incapacidade da gestão pública de investir em obras preventivas. Infelizmente, essa é uma das realidades mais comuns nas administrações públicas entre nós, repete-se Brasil afora e precisa ser evitada. Com recursos, a engenharia moderna tem condições de impedir que hecatombes como a desta semana se repitam.
José de A. Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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Ladainha
A tragédia provocada pelas chuvas em Petrópolis, no mínimo, se assemelha à de 2011. Visitei a cidade serrana na semana anterior e o que vi num breve passeio foi a total vulnerabilidade de uma infinidade de construções irregulares em áreas de risco, que lá continuaram e se expandiram, após outros eventos. Já ouvi ontem pela manhã autoridades do Estado e do município falando que sistemas de prevenção criados atuaram com eficiência, mas a chuva que caiu foi descomunal. Podemos usar a mesma avaliação para a irresponsabilidade e o descaso das autoridades com poder de agir, com a certeza de que, se nada for feito nesse sentido, em pouco tempo estaremos ouvindo a mesma ladainha.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
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São Paulo
Falta boa vontade
Quando um cidadão não consegue estabelecer um diálogo com o administrador do seu bairro, neste caso o bairro da Chácara Santo Antônio, apela para uma carta ao jornal. A Rua São Sebastião e a Rua Thomas Deloney estão esburacadas e desniveladas. Nota-se que só falta boa vontade, porque dinheiro não deve faltar, basta comparar o IPTU de cada ano para ver que ele subiu acima da inflação anual.
José Millei
São Paulo
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Governo Bolsonaro
Agenda legislativa
Excelente o editorial Faz de conta na agenda legislativa (16/2, A3). Mostra bem, e com elegância, como em frangalhos estão nossas instituições: Presidência sem rumo, Legislativo sem pudor. Que retrato lastimável... Abaixo a incompetência e a ditadura do “nós versus eles”. Que tenhamos alternativas propositivas para outubro.
Roberto Pasqualin
roberto@robertopasqualin.com.br
São Paulo
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Arnaldo Jabor
1940-2022
Acabo de reler, com muita emoção, a crônica As brancas elites, publicada no Estadão em julho de 2014, escrita por Arnaldo Jabor. Nela, o jornalista descrevia, com a costumeira lucidez e elegância, a impostura que é Lula, fato infelizmente aceito até hoje por grande parcela do povo brasileiro. Se isso ainda acontece, não é por culpa de jornalistas do calibre de Jabor. Que falta ele fará para os brasileiros que têm “olhos de ver”.
Affonso Morel
São Paulo
Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
TURISMO NO KREMLIN
Jair Bolsonaro, no seu primeiro dia de visita à Rússia, resolveu fazer turismo pelo Kremlin. No encontro marcado com Vladimir Putin, será obrigado a fazer vários testes contra a covid. Ora, se fizer os testes insultará seus seguidores e se negar-se a fazê-los insultará Putin. Com receio da situação, o negacionista disse que o Brasil tem vocação de amizade – logicamente, excluindo-se dessa afirmação. Tomara que não seja expulso e consiga terminar o turismo que foi fazer naquele país. Quem viver verá!
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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SEM IMPORTÂNCIA
Este encontro de Putin com Bolsonaro em Moscou, pelo discurso ouvido dos dois, acrescentou nada com coisa alguma. Era só para tirarem fotos para exploração política.
O presidente Bolsonaro não se importa com a contaminação pela covid no Brasil, mas usa máscara para proteção dos russos. Deveria sentir vergonha!
Luiz Frid
São Paulo
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PUTIN QUER ENVIAR BOLSONARO PARA A UCRÂNIA
Putin quer usar a habilidade incomum de destruição de Bolsonaro para acabar com a Ucrânia, sem a necessidade de invadir com tanques, caças, bombas e 150mil soldados. Bolsonaro come qualquer país por dentro, é um supercupim. Uma bomba biológica.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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BOLSONARO E A 3.ª GUERRA MUNDIAL
O ex-ministro contra o Meio Ambiente Ricardo Salles publicou imagens que falsamente atribuem ao presidente Jair Bolsonaro o mérito pela atenuação da crise na Ucrânia e pela prevenção de uma possível 3.ª Guerra Mundial. O pior é que este brilhante ex-ministro, além de muitos seguidores exaltados do capitão, acham que é verdade. Para eles, as fake news são as que divulgam que a Rússia, depois de provocar toda essa tensão na fronteira com a Ucrânia, deu uma pequena retirada estratégica!
Omar El Seoud
São Paulo
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PRÊMIOS NOBEL PARA NOSSO PRESSIDENTE
Aproveitando a viagem à Rússia, bolsonaristas estão replicando mensagens propondo o nome do presidente para o Nobel da Paz em 2022. Quem sabe em seguida não será o Nobel de Literatura pelo que fala, o de Química pelo que faz e o de Física pelo que esconde. O Nobel de Economia será para a família que acumulou uma fortuna em poucos anos
Carlos Gaspar
São Paulo
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LIMITAÇÕES DE BOLSONARO
Temos uma dívida de cidadania com o ministro Luis Roberto Barroso, não apenas pelo seu histórico consistente de defesa da Constituição, da democracia e da civilidade, mas, agora, também por ter exposto com todas as letras uma das maiores raízes – se não a maior – do desastre que é Bolsonaro: as suas patentes limitações cognitivas, que não decorrem de falta de educação formal (isto ele também dolorosamente demonstra), mas, sim, de características personalíssimas. O vocabulário precário, as muletas de linguagem das quais usa e abusa (“no tocante”, “isso daí”, “disso aí”, “tá oquei”, etc.), a construção tortuosa de frases, a evidente dificuldade de argumentar e de enfrentar conceitos abstratos, a predileção pelo baixo calão, pelas metáforas chinfrins e pelas brincadeiras chulas, até mesmo o olhar sempre baço e a risada peculiar, tudo isso é claro indicativo de que o ministro Barroso acertou na mosca e que o rei está e sempre esteve nu.
Flavio Calichman
São Paulo
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JUSTIÇA INOPERANTE
Muito elegante a colocação do ministro Luís Barroso do STF quando diz que o presidente Bolsonaro facilita a vida das milícias digitais, quando na verdade todos sabem que Bolsonaro e seus filhos, através do famoso gabinete do ódio, são a própria essência dessas milícias criminosas. O correto seria dizer que o sistema judiciário brasileiro é cúmplice e conivente dos crimes praticados pelos políticos no País. Não só Bolsonaro tem sua vida muito facilitada pela inoperância absoluta da PGR e do STF; Lula também tem uma enorme dívida de gratidão com o sistema judiciário brasileiro, que ficou com preguiça de julgá-lo e lhe concedeu a prescrição antecipada de seus processos. No Brasil a justiça é sempre parte do problema e quase nunca parte da solução.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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PARTIDOS COM CARA DE BANCO
Com o excrescente Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões, os partidos políticos no País mais se parecem com bancos. E, com exceção de seus dirigentes ou donos, seus membros filiados eleitos nas urnas agem como correntistas, e escolhem se filiar a partidos que lhes ofereçam mais verbas para financiar campanhas eleitorais. Lógico que, a custo zero, já que esses recursos dos contribuintes são surrupiados de outras áreas, principalmente sociais. O editorial do Estadão ‘Janela partidária’ deturpa a política (A3, 15/2) é a cara desta classe sem identificação ou interesse em atender aos clamores da Nação. O objetivo, infelizmente, é poder gozar das facilidades desta República maltratada. Esbaldam-se com bilhões de reais com emendas parlamentares, e até secretas. Desta forma, e com um desgoverno sem rumo como o de Bolsonaro, esses partidos, como exemplo o grupo do Centrão, praticamente assumiram o comando do Planalto, em troca do não impeachment de Bolsonaro. Neste contexto deplorável, o partido do corrupto Valdemar Costa Neto, o PL, com essa janela partidária, poderá ser a maior sigla do País, com prováveis 65 deputados. Já o União Brasil (fusão entre o PSL e o DEM) terá 61 deputados e o PP do ministro Ciro Nogueira, 52 deputados. O MDB deve ter uma bancada menor, assim também o desfigurado PSDB, no qual boa parte de seus até fundadores, infelizmente, já falam até em apoiar o chefe de quadrilha Lula da Silva. Ou seja, essa “janelada da vergonha” é o espelho do retrocesso econômico e social do Brasil.
Paulo Panossian
São Carlos
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CASAL PERFEITO
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, são um casal perfeito, e disse ainda que entende tanto de economia quanto Guedes de política. Mas para nós, brasileiros, foi uma pena que o casal tenha decidido, lá atrás, fazer a sua lua de mel no Resort Brasil, pois entre namoricos e patifarias, sobrou de tudo, desde incompetências técnicas a imoralidades explícitas e desavergonhadas práticas políticas.
Marcelo Gomes Jorge Feres
marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com
Rio de Janeiro
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NAU SEM RUMO
O presidente do Brasil não sabe aonde quer chegar, logo, qualquer lugar serve. Não que a Rússia seja um país qualquer, mas para quem há pouco mais de um ano lambia as botas de Donald Trump e batia continência para bandeira norte-americana, num gesto de sabujice só visto em comédias pastelão, é prova cabal de desorientação completa. Há três anos e dois meses não há governo neste país. Passamos quanto tempo com um ministro das Relações Exteriores que acredita em terra plana e achava “bom ser pária”? Temos um ministro da Economia, que a despeito da cumplicidade da maior emissora do país, não tem respostas para nada. Só está no cargo para fazer negócios, na maior cara de pau de todos os tempos, sem que os órgãos de controle e a imprensa o enquadrem. O governo só existe nos grupos de WhatsApp de fanáticos tresloucados, milicos de pijama e caminhoneiros aboletados. O presidente desde que tomou posse só fez criar cizânia com todo mundo, só faz desaforos aos brasileiros, briga contra a ciência, vive de mentiras absurdas, enfim, e ainda ameaça não aceitar o resultado das eleições, como uma criança mimada. Deveria isso sim sair amanhã do cargo, pois não tem capacidade para comandar o Brasil. Pare de infernizar o País e renuncie!
Sandro Ferreira
Ponta Grossa (PR)
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URNAS ELETRÔNICAS – TRANSPARÊNCIA DÁ CREDIBILIDADE
Nessa altura, manter sigilo sobre as perguntas das Forças Armadas – leia-se, Ministério da Defesa – e o teor da resposta do TSE, de per si, sobre funcionamento e segurança das urnas eletrônicas, já antecipa consideração – não diria subserviência – indevida a respeito de um assunto de interesse exclusivo dos eleitores brasileiros. Nada justifica a adoção de uma pseudocautela que só dá asas ao governo federal para criar suas teorias conspiratórias, sempre sinalizando a disposição golpista de um candidato a ditador. Soa estranho e destoa das ações corajosas dos ministros que compõem aquele tribunal e que, corajosamente, seguraram a volúpia golpista do presidente da República, por ocasião dos seus discursos inflamados nas comemorações do 7 de Setembro de 2021, fazendo-o retroceder e pedir desculpas, reconhecendo os excessos verbais. Somos gratos, mas não devemos nos calar perante um disparate dessa natureza. Sempre é bom reprisar, o eleitor brasileiro é titular do direito de votar (eleger) e ser eleito pelo voto secreto (e obrigatório ), por meio de eleições (e apuração ) limpas e transparentes. Por favor, senhores ministros, não se deixem quedar por mesuras inadequadas a quem não lhes dispensa respeito institucional!
Noel Gonçalves Cerqueira
Jacarezinho (PR)
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LONGO CAMINHO
As questões relativas ao aquecimento global e às consequentes mudanças climáticas são rodeadas de incertezas em face da dificuldade de previsão das inúmeras variáveis exógenas – atividade solar, níveis de radiação, pequenas perturbações da órbita da Terra e instabilidades do seu campo magnético, entre outras. O resultado é a polêmica formada entre os cientistas. De um lado, os que garantem que a temperatura média do planeta vai se elevar e atingir níveis perigosos nas próximas décadas principalmente por causa da ação humana. Do outro, os que asseguram que tais interferências não são significativas e que as variações climáticas seguem padrões periódicos e alternados que presumivelmente já ocorreram em épocas de passado distante. Como os dados até agora obtidos são suscetíveis de várias interpretações, apesar da enorme capacidade computacional empregada, ambas as correntes aproveitam a ocorrência de extremos locais – nevascas devastadoras no Hemisfério Norte e inundações catastróficas em algumas regiões, por exemplo – para justificarem suas teses. Os que advertem para o aquecimento iminente afirmam que tais picos fazem parte do processo e os oponentes argumentam que os invernos rigorosos não prenunciam elevação de temperatura a médio e longo prazos. Ainda há um longo caminho a percorrer.
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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FIM DE FEIRA
Como era esperado pelo histórico do governo Bolsonaro, neste último ano de seu mandato, o desmatamento da Floresta Amazônica atingirá níveis jamais alcançados anteriormente. O mesmo se dará no avanço da mineração, com todas as suas consequências funestas. E o motivo é simplesmente ser esse o último ano do mandato do pior presidente que já existiu em toda a história da nossa República. Em janeiro de 2019, início do atual governo, o desmatamento na Amazônia foi de 108 Km². Em janeiro de 2022, o desmatamento naquele bioma foi de 430 Km². Nos anos de 2019, 2020 e 2021, os desmatamentos na Amazônia alcançaram as respectivas áreas de 6.200 Km², 8.058 Km² e 10.362 Km², segundo o site Imazon. Pelo aumento registrado em janeiro, o desmatamento da Amazônia será em ritmo de fim de feira. Considerando que a Amazônia é responsável pelas chuvas que irrigam as regiões ao sul do País, onde estão as nossas maiores fazendas e cidades, eis o problema que ele nos criou. É por esse motivo e pela sua política assassina sobre a pandemia, entre outros tantos, que esse presidente não pode continuar governando até o fim do seu mandato. Os estragos são irrecuperáveis. O deputado Arthur Lira, retendo os pedidos do seu impeachment ilegalmente, além de estar cometendo um crime de prevaricação, se põe conivente com um assalto às nossas riquezas e o empobrecimento da população. Nada a ver com ideologia e muito menos partidarismo. Nem se pode rotular essa roubalheira como programa de governo.
Gilberto Pacini
São Paulo
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LER E PENSAR
Leandro Karnal disse que ler e pensar é um ato de modernidade. Ler sabemos que a grande maioria não o faz, uns da classe AA, por preguiça mesmo, outros da classe E/D por falta de oportunidades, sistema educacional precário, bibliotecas públicas, etc. Aliás, pensar e ler nos dias atuais bolsonaristas é ato de resistência.
Marcos Barbosa
Casa Branca
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ARNALDO JABOR
Arnaldo Jabor, um intelectual. Cineasta premiado, ele ultrapassou a linguagem do cinema para alcançar outros públicos, com crônicas e artigos inflamados e ácidos. Como você era grande Arnaldo Jabor, tão grande que ficará guardado na mente do povo brasileiro! Grande cineasta, exímio comentarista!
José Ribamar Pinheiro Filho
Brasília
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JABOR
Um minuto de silêncio em homenagem ao recém-falecido cineasta, jornalista e comentarista Arnaldo Jabor, cuja sempre polêmica opinião ácida, crítica, nua e crua sobre os males do Brasil fará falta, sobretudo nestes tempos estranhos de alta tensão que o País vive sob o negacionista e obtuso desgoverno Bolsonaro. Viva Jabor!
J. S. Decol
São Paulo
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PARQUE DA ÁGUA BRANCA
Parece que, com a pandemia, os trabalhos de manutenção e zeladoria do belo Parque da Água Branca foram abandonados. Está muito deteriorado. Aproveito para sugerir a criação lá de um canil público para acolher cães e gatos abandonados, que nesta era covid aumentaram muito na capital. Por favor, ajuda aí, sra. Bia Doria.
Haroldo Santhos
São Paulo
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