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A economia paulista no ano da pandemia

Num ano marcado por forte depressão da atividade econômica, PIB do Estado de São Paulo pode até ter crescido

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Por Notas & Informações
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A se confirmar a projeção feita pela Fundação Seade, o desempenho da economia paulista em 2020 não terá sido tão ruim quanto se temia. Num ano marcado por forte depressão da atividade econômica provocada pela pandemia (em abril, diminuiu 8,6% em relação a março), o PIB do Estado de São Paulo pode até ter crescido. O aumento pode ter sido de 0,3%, o que é pouco se comparado com o desempenho dos últimos anos, mas expressivo se comparado com o resultado esperado para a economia brasileira, que, segundo as projeções dominantes, deve ter encolhido 4,5%.

Para acompanhar com mais acuidade o desempenho da economia estadual depois da pandemia, de modo a orientar eventuais ações de contenção dos impactos da crise sanitária sobre as atividades das empresas e a situação das famílias, a Seade – instituição de coleta e análise de dados demográficos e econômicos vinculada ao governo do Estado de São Paulo – criou um indicador que antecipa o resultado do PIB. Por esse indicador, em dezembro o PIB paulista deve ter crescido 0,5% em relação a novembro. O resultado repete o observado no mês anterior.

Na comparação com os resultados de um ano antes, o PIB paulista registrou quedas acentuadas em abril (-10,6%) e maio (-9,4%), os piores meses para a economia brasileira depois do início da pandemia. O resultado de junho, embora também negativo, foi menos intenso (-1,7%). Desde julho, o PIB vinha crescendo na comparação com os dados de 2019. No início da recuperação, o ritmo era relativamente baixo, mas se intensificou a partir de setembro. Em dezembro, de acordo com a estimativa da Seade, o aumento foi de 6,5%.

Esse ritmo, se confirmado o resultado de dezembro, terá sido suficiente para compensar as perdas impostas pela pandemia e garantir o aumento do PIB paulista no ano passado.

Com relação às projeções para 2021, a Seade destaca incertezas que podem turvar o cenário, como a disponibilidade de vacinas na quantidade suficiente para imunizar a população e o prazo para que isso seja alcançado, a persistência de altas taxas de desemprego e a aceleração da inflação. Mesmo assim, com base nos dados estatísticos já disponíveis e nas projeções que podem ser feitas com base neles, a Seade estima que o PIB paulista pode crescer entre 3,8% e 6,0% em 2021, com a média em 5,0%.