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A evolução das vendas reais dos supermercados

Fim do pagamento do auxílio emergencial em dezembro passado e o agravamento da pandemia estão afetando o setor

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Por Notas & Informações
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A recuperação das vendas de supermercados está perdendo força. Também nesse segmento essencial para assegurar a comida na mesa dos brasileiros a atividade dá indicações de desaceleração. As causas são basicamente as mesmas que afetam os negócios e o emprego em outras áreas, mas, no caso das vendas das redes de varejo de alimentos e de lojas de atacado para o consumidor, elas podem ter efeito mais notável.

O fim do pagamento do auxílio emergencial em dezembro do ano passado e o agravamento da pandemia, que exigiu a intensificação das medidas de restrição à circulação de pessoas e a atividades com atendimento presencial, podem ter afetado os resultados das vendas de supermercados, hipermercados e lojas de atacarejo em março. Mesmo com o reinício, há pouco, do pagamento do benefício emergencial, também as vendas de abril podem ter desempenho fraco.

Fim do pagamento do auxílio emergencial em dezembro afetou ganho dos supermercados. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março e abril, o acesso às lojas foi limitado em muitas regiões, como lembrou o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, ao comentar os resultados consolidados das vendas em fevereiro. Segundo Milan, parte das lojas não estava preparada para o atendimento online, o que prejudicou suas vendas. E mesmo as compras por meio eletrônico tendem a ser menores do que as presenciais, porque parte dos consumidores também não está ainda acostumada a esse tipo de atendimento. O efeito desses eventos deve aparecer nos resultados de março e de abril.

Em fevereiro, as vendas foram 5,18% maiores, em valores reais, do que as de um ano antes, de acordo com a Abras. Na comparação com janeiro, porém, houve queda expressiva, de 6,75%.

A redução na comparação com o mês anterior se deve, como explicou a Abras, ao fato de que fevereiro teve menos dias úteis do que janeiro. Além disso, neste ano não houve festejos de carnaval, que ocorreriam em fevereiro, e carnaval costuma ser um bom momento para as vendas.

O resultado acumulado do primeiro bimestre do ano ainda é animador, com alta real de 7,57% sobre as vendas dos dois primeiros meses de 2020. É possível que as cadeias de atacado tenham puxado o crescimento.

Apesar da perda de velocidade em março e abril, a Abras mantém a projeção de alta real de 4,5% nas vendas deste ano, na comparação com 2020.