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A evolução dos investimentos em São Paulo

Investimentos anunciados para o Estado diminuíram no terceiro trimestre de 2019 na comparação com os dois trimestres anteriores; queda está longe, porém, de caracterizar o início de estagnação ou retração da economia paulista

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Por Notas & Informações
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Os investimentos anunciados para o Estado de São Paulo diminuíram no terceiro trimestre do ano passado na comparação com os dois trimestres anteriores e com igual trimestre de 2018. O valor de R$ 10 bilhões para o período de julho a setembro do ano passado captado pela Pesquisa de Investimentos no Estado de São Paulo (Piesp), realizada trimestralmente pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), é 73,3% menor do que o aferido no segundo trimestre de 2019 (R$ 37,5 bilhões) e 58% abaixo do resultado do terceiro trimestre de 2018 (R$ 23,8 bilhões). A queda está longe, porém, de caracterizar o início de uma tendência de estagnação ou retração da economia paulista.

O método no qual se baseia a pesquisa – a fonte são os anúncios de investimentos feitos pelas empresas – não afere exatamente o volume de recursos que foi, está sendo ou será investido em certo período por determinada empresa, mas mede a intenção tornada pública de executar determinado plano. Há empresas que investem sem que façam anúncio prévio de seu programa de investimentos e outras que, por alguma razão, programam o anúncio de seus projetos para determinada época. Assim, a queda observada pela Fundação Seade no terceiro trimestre pode ser consequência do acúmulo de anúncios em períodos anteriores ou da postergação da divulgação de projetos.

O que pode mostrar uma tendência é o exame dos investimentos em período mais longo e com os resultados acumulados de 12 meses. Esse exame mostra um quadro animador. Nos últimos anos, o pior resultado acumulado de 12 meses foi observado no quarto trimestre de 2016 (R$ 23,3 bilhões), quando a recessão começava a ceder. O ano seguinte foi de contínua expansão dos investimentos anunciados. Há uma queda nos resultados acumulados de 12 meses em 2018, um ano de incertezas políticas geradas pelo clima eleitoral, mas a recuperação é nítida a partir do terceiro trimestre e se mantém até meados do ano passado. A queda observada no terceiro trimestre de 2019 afetou o resultado acumulado de 12 meses, mas a tendência não é preocupante.

A indústria, especialmente a automobilística, liderou os anúncios de investimentos entre julho e setembro de 2018. Os investimentos em infraestrutura ficaram em segundo lugar.