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A lenta recuperação do turismo

Faturamento das empresas do setor em setembro, de R$ 8,6 bilhões, foi 37,6% menor do que o de um ano antes

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Por Notas & Informações
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A pandemia de covid-19 está sendo duplamente mais penosa para o turismo. Um dos setores mais prejudicados em todo o mundo pelo novo coronavírus, com quedas acentuadas em todos os seus ramos de operação, o turismo é também um dos que mais demoram para se recuperar das perdas. Este é, pelo menos, o retrato de sua situação no Brasil, apresentado em levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O faturamento das empresas do setor em setembro, de R$ 8,6 bilhões, foi 37,6% menor do que o de um ano antes.

Isso significa quebra de R$ 5,2 bilhões no faturamento mensal. Nos cálculos da FecomercioSP, a redução do faturamento do turismo nacional entre março e setembro, período de maiores perdas para toda a economia depois do surgimento dos primeiros casos de contágio pela covid-19 no País, foi de R$ 41,6 bilhões.

São perdas consideráveis em um segmento que emprega número expressivo de trabalhadores. Pior, talvez, seja o fato de que, ao contrário do que se observa no comércio e no setor de serviços – e até mesmo na indústria de transformação –, que apresentam sinais claros de recuperação no segundo semestre, o turismo continua muito retraído.

Essa retração é devida principalmente ao setor de transporte aéreo, cujo faturamento em setembro foi 64,6% menor do que o de setembro de 2019. O desempenho era bem pior nos meses anteriores (queda de 78,1% em julho e de 68,8% em agosto), mas a melhora é muito lenta e o quadro continua sendo de forte redução em relação ao ano passado.

Também caíram bastante os resultados dos agentes de hospedagem e alimentação (queda de 37,3% no faturamento) e das atividades culturais, esportivas e recreativas (redução de 24,4%). O setor de locação de veículos teve perdas menores (de 14,8%), mas em certos fins de semana e em certas localidades registra locação da totalidade de veículos oferecidos.

Apesar da persistência de regras de isolamento social e do temor de viajar no momento, pesquisa da FecomercioSP identificou uma demanda reprimida que pode estimular a recuperação em breve. Por isso, a entidade representativa do setor recomenda que as empresas mantenham suas ofertas e forneçam informações claras sobre os novos protocolos de segurança.