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A redução da safra por causa do clima

Porém, produção brasileira de grãos continuará forte o bastante para assegurar posição de destaque do País no mercado mundial

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Por Notas & Informações
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A seca prolongada, com o menor índice pluviométrico em muitas décadas em importantes regiões produtoras, afetou de maneira expressiva a safra de grãos, especialmente no Centro-Sul. A ocorrência de geadas nessa região igualmente prejudicou várias culturas. No último levantamento da safra 2020/2021, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção de grãos em 252,3 milhões de toneladas. Esse volume é 1,8% menor do que o colhido na safra anterior, de 257,01 milhões de toneladas, e 0,7% menor (redução de 1,67 milhão de toneladas) do que o levantamento mensal anterior.

A despeito da redução, a produção brasileira de grãos continuará forte o bastante para assegurar posição de destaque do País no mercado mundial. Pouco afetada pelas condições meteorológicas desfavoráveis, a safra de soja, estimada em 135,9 milhões, por exemplo, será recorde. A colheita está praticamente encerrada no País, restando apenas 0,1% da produção nacional estimada. Falta a conclusão da colheita em Roraima e Alagoas.

Pouco afetada pelas condições meteorológicas desfavoráveis, a safra de soja será recorde. Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

As áreas das culturas de primeira safra estão também totalmente colhidas. As da segunda estão na fase final de colheita; as da terceira safra igualmente chegam à fase final. A colheita da safra de inverno, como a de trigo, já começou e deve se intensificar.

A redução no volume da safra se deve principalmente às perdas nas culturas de segunda safra, sobretudo milho e feijão. A produção total de milho está estimada em 85,75 milhões de toneladas, 16,4% menor do que a da safra anterior.

No caso do feijão, a produção total deve alcançar 2,86 milhões de toneladas, 11,4% menor do que a obtida na safra passada. Essa cultura foi afetada pela seca nas principais regiões produtoras.

A redução do volume total teria sido ainda mais acentuada se a produção recorde de soja não tivesse contribuído para dar algum equilíbrio nos números finais da safra.

Também o arroz contribuiu para evitar perdas maiores. A produção, estimada em 11,75 milhões de toneladas, será 5,3% maior do que a da safra anterior. A colheita já está encerrada em todo o País e algumas regiões já iniciaram o plantio da próxima safra.

Ao contrário de outras culturas, a de algodão foi favorecida pelo clima. A produção, de 2,36 milhões de toneladas, será 21,5% menor por causa da redução da área plantada.