Imagem ex-librisOpinião do Estadão

A retomada industrial já está disseminada

Setor parece se afirmar como um dos mais beneficiados pela retomada econômica em curso

Exclusivo para assinantes
Por Notas & Informações
1 min de leitura

A recuperação da produção industrial verificada em âmbito nacional no mês de setembro também foi observada na maior parte das regiões avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um sinal positivo para a recuperação do setor, que parece se afirmar como um dos segmentos com resultados mais expressivos no contexto da retomada econômica em curso.

A publicação Indicadores Conjunturais da Indústria – Resultados Regionais do IBGE mostra que entre agosto e setembro, dos 15 locais pesquisados, 11 apresentaram números crescentes, em bases dessazonalizadas. O maior crescimento foi registrado no Paraná, cuja produção cresceu 7,7% e aumentou pelo quinto mês consecutivo, mas São Paulo também mostrou sinais animadores, pois a produção foi 5% superior à de agosto e 4,9% maior que a de setembro de 2019.

Os efeitos da pandemia ainda estão presentes, mas os indicadores já mostram que foram muito atenuados. Na comparação entre setembro de 2019 e setembro de 2020, só houve queda no Espírito Santo, em Mato Grosso e na Bahia – ou seja, a produção melhorou em 12 das 15 regiões pesquisadas. No acumulado janeiro-setembro, a queda foi, em média, de 7,2%, mas houve crescimento em Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás.

Pelo critério de média móvel trimestral, os períodos terminados em julho, agosto e setembro revelaram altas de 9%, de 7,1% e de 4,8% na comparação com os trimestres encerrados em junho, julho e agosto. Também neste caso são indicadores de que a indústria vem superando bem a crise sanitária.

Há, portanto, motivos para alimentar um certo otimismo em relação ao último trimestre de 2020. O gerente da pesquisa no IBGE, Bernardo Almeida, notou que a melhora da produção paulista foi muito influenciada pelo setor de veículos automotores, além de produtos alimentícios, açúcar e derivados de petróleo. No Paraná, a recuperação se originou, em especial, dos setores de veículos, de máquinas e de equipamentos. A indústria do Rio perdeu força em decorrência dos problemas no refino e na extração de petróleo.

Não se pode falar em recuperação homogênea, mas ela já é perfeitamente clara em alguns setores beneficiados por maior demanda de consumo. As expectativas para 2021 são, portanto, promissoras.