Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Agricultura revisa o valor da produção

Apesar do impacto dos baixos preços da soja, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revisou para cima suas projeções

Exclusivo para assinantes
Por Editorial Econômico
1 min de leitura

Apesar do impacto dos baixos preços da soja, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revisou para cima suas projeções, prevendo agora que o Valor Bruto da Produção (VBP) some R$ 588,8 bilhões neste ano (R$ 392,4 bilhões da agricultura e R$ 196,4 bilhões da pecuária), 0,8% mais que em 2018 (R$ 584,4 bilhões). Esse porcentual de crescimento é diminuto, mas significativo, uma vez que os técnicos do setor temiam que o VBP de 2019 viesse a diminuir em relação ao ano passado.

O ajuste no cálculo do VBP total, que ficou R$ 15,4 bilhões acima do estimado em março, foi resultado de uma nova avaliação de produtividade de algumas culturas, principalmente do milho, do algodão e da cana-de-açúcar.

Para o VBP do milho, o Ministério passou a prever um total de R$ 56,8 bilhões, R$ 1,6 bilhão mais que a projeção anterior. Este valor é 17,7% superior ao de 2018, graças especialmente à segunda safra do produto.

Já o algodão alcançou o maior valor da série histórica da agricultura, devendo render R$ 40 bilhões, duas vezes mais que a produção de café, que apresentou redução de 19,6%, como nota José Gasques, coordenador de estudos e análises da pasta. A soja, que é o carro-chefe da produção agrícola brasileira, teve o VBP reduzido em 12,2%, mas, apesar de tudo, deve carrear R$ 128 bilhões neste ano.

A cana-de-açúcar também experimentou melhora, prevendo-se um VBP de R$ 58,5 bilhões, com aumento de 1,7% em relação à projeção de março, mas ainda 6,3% inferior ao valor obtido no ano passado.

Para a maior parte das lavouras, os preços reais estão acima dos do ano passado, mostrando alguma recuperação. Outros apresentam queda, mas, na média, o valor total da produção agrícola permaneceu relativamente estável. A produção pecuária teve aumento de 2,6%, em razão da alta das cotações do frango e da carne bovina. Já os preços de produtos suínos, leite e ovos declinaram em relação a 2018.

Alguns produtos importantes para a mesa do brasileiro apresentaram aumentos reais de valor, com forte influência no custo de vida. É o caso do feijão, cujos preços dispararam 104,1% em 2019, e da batata-inglesa, com crescimento de 98,4%. A expectativa é de que os preços desses produtos venham a cair com a entrada de novas colheitas.

Tudo Sobre