Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Alta produtividade sustenta safra recorde de café

A quarta estimativa da safra de café feita pela Companhia Nacional de Abastecimento indica a produção de 63,08 milhões de sacas beneficiadas

Exclusivo para assinantes
Por Editorial Econômico
Atualização:
1 min de leitura

Da combinação de alta produtividade na maioria das regiões produtoras, erradicação de áreas pouco produtivas, investimento em tecnologia e condições climáticas favoráveis resultou a ótima produção de café no Brasil na safra 2020. A quarta estimativa da safra de café feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica a produção de 63,08 milhões de sacas beneficiadas, um recorde histórico.

A safra de 2020 é 27,9% maior do que a colheita de 2019. A bienalidade positiva, ano em que a produtividade é mais alta do que a do ano anterior (quando a necessidade de recomposição do cafeeiro reduz sua produção), é apontada como fator de grande peso no aumento da produção observado em 2020.

Essa característica foi mais notável no cultivo do café arábica, cuja produção é estimada em 48,77 milhões de sacas, 42,2% maior do que o volume produzido em 2019. O arábica responde por 77,3% da safra (a produção do café conilon deve alcançar 14,31 milhões de sacas, 4,7% menos do que o volume colhido em 2019). Mas a colheita de 2020 é 2,3% maior do que a 2018, ano também de ocorrência da bienalidade positiva.

O dólar valorizado tornou o produto brasileiro mais competitivo e deu fôlego às vendas antecipadas. Em novembro, 74% da safra já estava comercializada.

O Estado de Minas Gerais é o maior produtor nacional. A safra mineira é estimada em 34,65 milhões de sacas, com aumento de 41,1% sobre a colheita de 2019. O resultado se deve principalmente ao café arábica, que responde por mais de 90% da produção do Estado.

Já o Espírito Santo, que produz principalmente o conilon, teve perda de 12,41%, com o volume de 13,96 milhões de sacas (9,19 milhões de sacas de conilon). Mas continua sendo o segundo maior produtor do País.

Em seguida, vem São Paulo, com produção de 6,18 milhões de sacas, com aumento de 42,4%. A produção cafeeira da Bahia também teve aumento expressivo, de 32,9%, alcançando 3,99 milhões de sacas.

Desde 2001, a Conab realiza quatro levantamentos por ano da safra brasileira de café. Em 2020, por causa da pandemia, teve de cancelar o segundo levantamento. O último foi feito no período pós-colheita, com a correção de estimativas anteriores a partir de dados consolidados e colhidos em campo.