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Ambiente externo favorável a investimentos

Segundo o Instituto de Finanças Internacionais, houve ingresso líquido de US$ 25,1 bilhões de investimentos estrangeiros nos países emergentes m março

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Por Redação
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Em março, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) constatou o ingresso líquido de US$ 25,1 bilhões de investimentos estrangeiros nos países emergentes, com destaque para a China. Com a desaceleração da economia global, acompanhada das decisões do Fed (banco central norte-americano) voltadas para uma política monetária mais expansiva, o Brasil poderá ficar em posição mais propícia para atrair recursos externos, se der sinais mais favoráveis para os investidores.

O fluxo líquido de recursos para países emergentes atingiu US$ 52,6 bilhões em janeiro e US$ 31,2 bilhões em fevereiro. A queda do volume em março não foi vista com preocupação pelo IIF, cuja ênfase está na “mais profunda mudança de posicionamento para o lado dovish (de relaxamento monetário) do Fed desde 2016 e nas conversas sobre um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China”, como “catalisadores positivos”.

O maior volume de recursos destinou-se aos mercados de dívida dos emergentes. Em março, os títulos de dívida atraíram US$ 17,6 bilhões, montante muito próximo ao de US$ 18,2 bilhões registrado em fevereiro. Os maiores investimentos foram realizados na Ásia (US$ 10 bilhões), seguindo a América Latina (US$ 3,9 bilhões). As ações receberam menos recursos.

Indícios de que a China manterá um ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 6% neste ano, baseado no avanço da indústria, e de que as expectativas se tornaram mais favoráveis neste mês após um primeiro trimestre preocupante ajudaram a melhorar o humor dos investidores.

Mas o principal foi o último comunicado do Fed de que os juros básicos norte-americanos deverão ficar estáveis entre 2,25% e 2,5% ao ano, em razão da desaceleração do ritmo da atividade econômica.

Pagando juros ainda elevados comparativamente às taxas globais, o Brasil deverá encontrar facilidade para atrair recursos. Foi o que se verificou em emissões recentes lançadas pelo Tesouro Nacional e pela Petrobrás.

Mas, para se beneficiar mais da liquidez internacional crescente com a perda de ritmo dos países desenvolvidos, o Brasil terá de deixar claro que adotará medidas de ajuste fiscal, a começar da reforma da Previdência. Sem isso, os capitais externos deverão preferir os países de menor risco.

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