Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Confiança da indústria oscila, mas ainda é alta

Fator que provavelmente terá afetado a confiança do empresariado foi o fim das medidas financeiras de emergência

Exclusivo para assinantes
Por Notas & Informações
1 min de leitura

A expectativa quanto à vacinação da população contra a covid-19, essencial para a normalização da vida das pessoas e de toda a atividade econômica, não parece ter sido forte o bastante para superar, entre o empresariado industrial, os temores gerados pelo crescimento do contágio no Brasil e em outros países e pela eventual necessidade de novas medidas restritivas. É o que parece mostrar a queda de 2,2 pontos (de 63,1 para 60,9 pontos) entre dezembro e janeiro (antes do início da vacinação) do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Outro fator que provavelmente terá afetado a confiança do empresariado é o fim das medidas financeiras de emergência para apoiar as empresas e as famílias de renda mais baixa.

O índice mantém-se na faixa dos 60 pontos, bastante acima da linha divisória (50 pontos) entre pessimismo e otimismo. “A manutenção do sentimento de otimismo é importante para estimular o aumento da produção, a geração de emprego e, sobretudo, o aumento do investimento, essencial para a retomada do crescimento da economia”, observa a CNI.

Os dois componentes do Icei mostraram redução em janeiro. O que mostra a avaliação das condições atuais caiu de 59,5 para 56,7 pontos; o de expectativas baixou de 64,9 para 63 pontos. Mesmo assim, as expectativas do empresariado da indústria com relação aos próximos seis meses continuam “favoráveis”, diz a CNI, pois estão bastante acima da linha divisória de 50 pontos.

Resultados conhecidos da produção física da indústria brasileira justificam algum otimismo do setor. Em novembro do ano passado, a produção já havia superado o nível de fevereiro, isto é, de antes do início da pandemia, em 8 das 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, em São Paulo, que abriga o maior parque industrial do País, a produção de novembro superava em 6,0% a de fevereiro. Em todo o País, a produção já era 2,6% maior do que a de antes da pandemia.

Outros grandes centros industriais nas Regiões Sul e Sudeste do País também apresentam resultados expressivos. Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande Sul mostraram crescimento maior do que a média do País.