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Consumidores e comerciantes mais confiantes

O retorno a uma situação comparável à de antes da chegada da pandemia já melhora o humor dos agentes econômicos

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Por Notas & Informações
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O paralelismo na recuperação do índice de confiança do consumidor e do empresariado do comércio mostrado por pesquisas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) é uma firme indicação de que, tanto para quem vende como para quem compra, a situação melhora continuamente.

Desde maio, o Índice de Confiança do Consumidor e o Índice de Confiança do Comércio crescem ininterruptamente. E, entre agosto e setembro, tiveram evolução bastante próxima (de 3,2 pontos no primeiro caso e de 3,0 pontos no segundo), reforçando a simetria dos gráficos de suas respectivas evoluções depois de passado o impacto mais forte da pandemia sobre a atividade econômica e sobre a vida das pessoas.

“A confiança dos consumidores segue em setembro a trajetória de recuperação iniciada em maio, com avanços em todas as faixas de renda e (em todas as) capitais”, diz a coordenadora das sondagens do Ibre/FGV, Viviane Seda Bittencourt.

“Em setembro, a confiança do comércio manteve a trajetória positiva iniciada em maio, alcançando o nível pré-pandemia”, diz, por seu turno, o coordenador da Sondagem do Comércio, Rodolpho Tobler. Como a de agosto, a alta de setembro “foi influenciada pela melhora da percepção do momento presente e pelo aumento gradual das expectativas em relação aos próximos meses”.

O retorno a uma situação comparável à de antes da chegada da pandemia do novo coronavírus ao País, já alcançado pelo indicador do comércio e prestes a ser atingido pelo do consumidor, parece justificativa suficientemente forte para melhorar o humor dos agentes econômicos.

A cautela prevalece, porém, na avaliação dos próximos meses tanto pelos consumidores como pelos comerciantes. A despeito da avaliação positiva para o desempenho neste mês, o comércio faz projeções mais modestas para os próximos meses, “potencialmente influenciado pela proximidade do fim dos programas de auxílio, lenta recuperação da confiança dos consumidores e cenário desafiador do mercado de trabalho”, diz Tobler.

Do ponto de vista dos consumidores, as expectativas dos de baixa renda, que formam a maioria da população, são pessimistas, sobretudo porque ainda não há sinais de recuperação firme do emprego e da renda.