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Consumidores paulistanos estão confiantes

Como em outros momentos de retomada, a confiança sobe primeiro entre os consumidores com maior renda e estabilidade no emprego

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Por Editorial Econômico
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A confiança dos consumidores paulistanos medida em dezembro pela FecomercioSP não apenas confirma, como reforça os resultados de pesquisa recente, feita em âmbito nacional, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As expectativas positivas do consumidor paulistano estão em alta há cinco meses consecutivos, aproximando-se, em algumas situações, dos níveis históricos mais elevados.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 127,8 pontos em dezembro, com avanço de 11,6% em relação a novembro e de 16,8% comparativamente a dezembro de 2017. O ICC é composto pelo indicador de situação atual – que ainda reflete a retomada econômica lenta observada no ano passado – e pelo indicador de expectativas, que retrata a crença num futuro promissor. 

Os resultados menos significativos foram observados na pesquisa de situação atual dos consumidores com renda mensal inferior a 10 salários mínimos, que ainda está no campo negativo. Os altos níveis de desocupação e a dificuldade de obter emprego com carteira assinada são fatores relevantes para explicar o retraimento dos consumidores de menor renda.

Mas o contrário se verifica no Índice de Expectativas do Consumo (IEC), que atingiu 149,1 pontos em dezembro, ou seja, muito acima dos 100 pontos que marcam a linha divisória entre o otimismo e o pessimismo. No grupo de consumidores com renda superior a 10 salários mínimos, o IEC alcançou 161,5 pontos. Quase tão elevado quanto este indicador foi o relativo aos consumidores com idade superior a 35 anos, que marcou 153,4 pontos.

Como em outros momentos de retomada, a confiança sobe primeiro entre os consumidores com maior renda e estabilidade no emprego, e só num segundo momento se estende aos menos aquinhoados.

Os analistas da FecomercioSP avaliam que “ficaram para trás as incertezas criadas pelo cenário eleitoral de 2018, proporcionando condições mais favoráveis ao consumo”.

A continuidade da recuperação dependerá do acerto das medidas econômicas do governo Bolsonaro. Inflação baixa ajuda muito, mas não basta para manter um ritmo crescente de consumo. Este dependerá de maior oferta de emprego e de que a queda dos juros seja bem mais intensa do que tem sido nas operações de crédito para pessoas físicas.