22 de dezembro de 2020 | 05h00
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) vem crescendo há vários meses e, em dezembro, chegou a 72,1 pontos. É o maior nível, desde maio, desse indicador calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A despeito da alta contínua desde o fim do primeiro semestre, o resultado é o pior para o mês de dezembro de toda a série histórica, iniciada em 2011.
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Aos poucos, as famílias vão recuperando alguma confiança. Mas, passados nove meses desde que medidas de enfrentamento da pandemia começaram a ser implementadas, o que afetou severamente a vida das pessoas e a atividade econômica, ainda há insegurança.
O ICF continua abaixo do nível de satisfação de 100 pontos. Isso vem acontecendo desde abril de 2015, no início da crise que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e da recessão que se estenderia até 2016. O resultado de dezembro é 25,1% menor do que o de um ano antes. É o nono mês consecutivo que mostra piora na comparação com igual mês de 2019.
A CNC vê os dados de dezembro com otimismo. “Os resultados do ICF mostram que as famílias reforçaram sua confiança na recuperação econômica”, avalia a economista da CNC Catarina Carneiro. “Essa melhora já está influenciando as expectativas de longo prazo, tanto que a perspectiva profissional para o próximo semestre apresentou o maior crescimento no mês.”
Também aumentou o porcentual de famílias com percepção positiva sobre o futuro do mercado de trabalho. Quanto ao emprego atual, 32,8% dos entrevistados se sentem tão seguros quanto estavam no ano passado, o que sugere que, para um terço das famílias, vai passando o temor de desemprego gerado pela pandemia.
A maioria das famílias (59,2%) considera que o nível de consumo atual em dezembro foi menor do que o do fim de 2019. Curiosamente, a parcela das famílias que consideraram que houve aumento em seu consumo atingiu 14,2%, o maior porcentual desde maio (15,4%). A melhora do ICF mostra que as famílias estão mais confiantes quanto a seu poder de compra.
“Nossa expectativa é de que, com a vacinação, esse processo de retomada da confiança tenha continuidade, provavelmente até se acelerando nos próximos meses”, espera o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
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