Os impactos econômicos da pandemia de covid-19 têm despertado justificada preocupação entre pequenos empreendedores. A imposição de medidas que restringem a circulação de pessoas, essencial para evitar a rápida disseminação do novo coronavírus e o consequente colapso do sistema público de saúde, é particularmente sensível para empresários que dependem do constante fluxo de clientes para manter de pé os seus negócios.
Para uma parte deles, no entanto, o desespero tem dado lugar à criatividade. Empresários dos setores de alimentação e cuidados pessoais, como salões de beleza, têm recorrido à venda de vouchers e vales-presente para manter o fluxo de caixa e pagar o salário de funcionários. A fórmula é conhecida: por meio desses instrumentos, os clientes pagam agora por serviços que poderão usufruir no futuro, quando o período de isolamento terminar.
“O voucher é a síntese do nosso propósito: engajar pessoas pela potência de conexão do alimento”, explica Priscila Sabará, sócia e fundadora da Foodpass, plataforma digital que oferece experiências gastronômicas em São Paulo. Com a medida, a empresária projeta gerar fluxo de caixa de R$ 1,2 milhão em três meses.
Para engajar o público – afinal, por que o consumidor pagaria agora para desfrutar de um serviço num futuro ainda incerto? –, empresas como a Foodpass têm oferecido atrativos como um bônus de 10% a 20% na compra dos vouchers ou vales-presente, ou seja, o consumidor terá um crédito maior do que o valor desembolsado.