
05 de julho de 2019 | 04h00
Melhoraram, em maio, os indicadores da dívida mobiliária do governo federal, com destaque para o custo, a demanda dos investidores estrangeiros e o aumento do prazo de vencimento dos papéis. Como notou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luiz Felipe Vital, “apesar do tom negativo externo, o tom do mercado doméstico foi positivo em maio".
O custo médio do estoque da dívida acumulado nos últimos 12 meses caiu de 9,77% ao ano em abril para 9,44% em maio. A queda decorreu principalmente da desvalorização do dólar ante o real, mas o custo da dívida em reais também diminuiu – de 9,45% ao ano em abril para 9,38% em maio.
Os investidores estrangeiros ampliaram sua participação na dívida de 12,5% em abril para 12,74% em maio, atingindo R$ 476 bilhões de uma dívida mobiliária em reais (DPMFi) de R$ 3,74 trilhões. É um indicador de confiança na solvência do governo federal, refletindo, segundo Vital, a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e de melhora das contas públicas do País.
O perfil da dívida também melhorou, reduzindo-se de 15,92% em abril para 13,99% em maio o porcentual de vencimentos nos próximos 12 meses. Ao mesmo tempo, houve leve aumento no prazo da dívida, destacando-se a ampliação da vida média dos títulos, de 5,79 anos em abril para 5,81 anos em maio.
O primeiro semestre é marcado pela concentração de vencimentos, o que explica os resgates líquidos de R$ 16 bilhões em maio. O estoque total só cresceu 0,31% em relação a abril, para R$ 3,89 trilhões, devido à incorporação de juros no valor de R$ 27,9 bilhões.
A dívida mobiliária é a maior parcela da dívida total dos governos federal, estaduais e municipais, que atingia R$ 5,48 trilhões em maio, ou 78,7% do Produto Interno Bruto. A diferença é que a dívida mobiliária está, na sua quase totalidade, em mercado, ou seja, está sujeita aos humores dos investidores, que variam conforme as circunstâncias locais e globais.
Internamente, cabe destacar o interesse dos pequenos aplicadores pelo Tesouro Direto, que alcança quase 4,2 milhões de investidores, aumento de 89,75% entre maio de 2018 e maio de 2019, com acréscimo de 186,5 mil pessoas em maio. Se os resgates superaram as emissões, isto pode ser explicado pelo crescimento do interesse por aplicações em ações.
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