Imagem ex-librisOpinião do Estadão

FGV constata queda das incertezas

A melhora foi atribuída à aprovação do texto da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados e à agenda econômica

Exclusivo para assinantes
Por Redação
Atualização:
1 min de leitura

Chegaram a surpreender os analistas os dados do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-BR), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontando para melhora expressiva entre junho e julho. A melhora foi atribuída pelo superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/Ibre, Aloisio Campelo Jr., à aprovação do texto da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados e “a subsequente divulgação de novos itens da agenda econômica”.

Ao atingir a marca de 108,4 pontos, com queda de 10,7 pontos em relação a junho, o indicador situou-se abaixo do nível de incerteza (acima de 110 pontos) e foi o menor desde fevereiro de 2018. Mas, disse Campelo, deve-se “ressaltar que este indicador não vem apresentando comportamento muito estável nos últimos anos”.

O IEE–BR se baseia na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online e nas previsões dos analistas para a taxa de câmbio, a taxa Selic e a inflação dos próximos 12 meses contidas no boletim Focus, do Banco Central (BC). Tanto o noticiário como as estimativas para a economia mostraram redução do nível de incertezas.

A FGV divulgou, ao mesmo tempo, o Índice de Confiança Empresarial, que subiu 0,9 ponto entre junho e julho, para 93,9 pontos. Este indicador engloba quatro índices de confiança apurados pela FGV, relativos à indústria, aos serviços, ao comércio e à construção civil. Na média, a percepção sobre a situação atual dos negócios ainda é negativa, na marca dos 89,9 pontos, abaixo da marca de 100 pontos que caracterizam neutralidade. Já o indicador de expectativas dos empresários atingiu 101 pontos em julho, melhor resultado desde setembro de 2013 – antes, portanto, da recessão de 2015/2016.

A coordenadora de sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt, também atribuiu a melhora das expectativas ao avanço da reforma da Previdência na Câmara, além das medidas de incentivo ao consumo. Mas ressalvou que a melhora só será “mais consistente” quando houver aumento efetivo do nível da atividade.

No geral, os levantamentos da FGV mostram melhora do humor na economia, mas confirmam que a situação da indústria ainda é muito delicada. Parece faltar muito, assim, para que o aumento da confiança se traduza em retomada firme.