Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Foco nos mais vulneráveis e na recuperação

Boa parte dos países que merecem atenção especial ainda enfrenta o estágio inicial da pandemia causada pelo novo coronavírus

Exclusivo para assinantes
Por Notas & Informações
1 min de leitura

Destinado a apoiar governos e empresas no enfrentamento das consequências da pandemia da covid-19 e prepará-los para a recuperação econômica, o programa de ajuda financeira de emergência anunciado pelo Banco Mundial há alguns dias tem como foco cerca de 100 países mais vulneráveis. Os recursos do programa podem alcançar US$ 160 bilhões nos próximos 15 meses.

Boa parte dos países que merecem atenção especial ainda enfrenta o estágio inicial da pandemia causada pelo novo coronavírus, “mas seu impacto já está sendo sentido”, disse o Banco Mundial em nota na qual anunciou o programa de emergência. Nesses países, a capacidade de ação dos governos diante de uma grande crise sanitária e econômica é bem mais limitada do que nas nações de renda média mais alta. A população mais carente nesses países, e em outros filiados ao Banco Mundial, está no centro de preocupações da instituição. “Os riscos do coronavírus são especialmente elevados para milhões de pessoas que vivem na pobreza ou saíram há pouco dessa situação”, avalia o banco.

Ao justificar o programa, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que as medidas anunciadas pela instituição até aquele momento não eram suficientes para combater a pandemia e seus efeitos para a economia. “Se não agirmos rapidamente, os ganhos de desenvolvimento dos últimos anos podem ser facilmente perdidos”, observou Malpass, reiterando, como haviam feito anteriormente o próprio Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que a crise atual deve ser mais grave do que a Grande Depressão de 1929. As projeções correntes para o desempenho da economia mundial em 2020, de queda de 3% do PIB mundial (e de 5,3% do brasileiro), são assustadoras.

Depois de destacar que dirigentes de instituições multilaterais e governantes precisam fazer o que for necessário para combater a pandemia, Malpass observou que o setor privado “está sendo bem criativo para, em suas atividades, combater a doença”. O banco observou, também, que a experiência de choques anteriores mostra ser necessário assegurar a sobrevivência das empresas para preservar empregos e limitar os danos econômicos. Por isso, a Corporação Financeira Internacional (IFC), vinculada ao Banco Mundial, dispõe de US$ 8 bilhões para apoiar empresas privadas.