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Incertezas fazem cair a confiança do empresariado

Diante de um cenário econômico e sanitário ainda pouco claro, o empresariado brasileiro está mais cauteloso

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Por Notas & Informações
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Insegurança sobre os rumos da pandemia, dúvidas sobre a política fiscal e falta de clareza sobre o comportamento da economia nos próximos meses fizeram cair, pelo segundo mês consecutivo, a confiança do empresariado. A queda, aferida pelo Índice de Confiança Empresarial (ICE) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), foi de 1,5 ponto em novembro.

A redução foi observada em praticamente todos os setores de atividade, com exceção da indústria, que vem mantendo tendência de crescimento desde a superação do fosso provocado pelo impacto inicial da pandemia (março e abril). Já a confiança do empresariado do setor de serviços, o de maior peso na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, recuou em novembro para 85 pontos, seu nível mais baixo em toda a série do Ibre/FGV.

“Ao que parece, enquanto não surgir uma solução definitiva (para a pandemia), como seria o caso de uma bem-sucedida vacinação em massa, a economia seguirá em risco de desaceleração e com comportamentos muito heterogêneos entre os setores”, avalia o superintendente de Estatísticas do Ibre/FGV, Aloisio Campelo Junior. A falta de previsibilidade da atividade econômica e do avanço da pandemia de covid-19 torna difícil fazer projeções sobre o comportamento do ICE nos próximos meses, diz Campelo.

O Índice de Confiança Empresarial consolida os índices de confiança aferidos pelas Sondagens Empresariais do Ibre/FGV para indústria, serviços, comércio e construção. A avaliação da situação presente subiu pelo sétimo mês consecutivo, mas os empresários estão revendo suas expectativas em relação à evolução da demanda para os próximos três meses. Esse componente do ICE recuou 4,8 pontos em novembro.

Já o otimismo com a tendência de negócios nos seis meses seguintes recuou 1,0 ponto. Ainda assim, a avaliação da evolução do emprego nos próximos três meses subiu 0,7 ponto.

Na véspera da divulgação do ICE o Ibre/FGV havia informado que o Indicador de Incerteza da Economia subira 2,0 pontos em novembro, para 145,8 pontos. O resultado interrompeu uma sequência de seis quedas mensais consecutivas.

Combinados, os dois índices confirmam que, diante de um cenário econômico e sanitário ainda pouco claro, o empresariado está mais cauteloso.