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Juro menor deve favorecer o setor de imóveis

Nos próximos dias, a Caixa Econômica Federal passará a oferecer linha de crédito com juros de 2,95% a 4,95% ao ano mais a inflação oficial (IPCA)

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Por Redação
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Ao autorizar a correção das dívidas imobiliárias do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) por índices de preços, o Banco Central (BC) procurou estimular um mercado que depende muito de crédito. A decisão poderá fortalecer um segmento econômico que dá sinais de recuperação após passar por um longo período de dificuldades.

Nos próximos dias, a Caixa Econômica Federal (CEF), maior agente financeiro da habitação, passará a oferecer linha de crédito com juros de 2,95% a 4,95% ao ano mais a inflação oficial (IPCA), o que permitirá redução expressiva no valor da prestação. 

Os incorporadores comemoraram a decisão, que deverá permitir um aumento dos lançamentos. Isso ocorre num momento em que os resultados de grandes empresas já vinham melhorando, graças ao aumento da demanda, em especial nos segmentos de média e alta rendas. A maioria das empresas volta a apresentar lucro, ao mesmo tempo que crescem as receitas de vendas.

Nos últimos meses, grandes bancos reduziram os juros nas operações de crédito imobiliário, cujas taxas já podem ser consideradas módicas. Em junho, segundo o Banco Central (BC), a taxa média de juros dos empréstimos habitacionais foi de 7,73% ao ano, com tendência de queda. 

O recuo da inflação para patamares inferiores aos admitidos no regime de metas é, hoje, determinante da atratividade que poderão despertar as novas linhas indexadas ao IPCA. 

Mas não se deve ignorar que empréstimos corrigidos pela inflação dependem do comportamento do IPCA no longo prazo, pois a maioria das operações imobiliárias tem duração de 10 a 30 anos.

A oferta de crédito sob as novas regras assegurará prestações iniciais entre 30% e 50% menores, assegurou a CEF. Quanto menores são os juros, menor é a prestação inicial e maior o número de famílias com acesso ao crédito.

Reportagem recente do Estado mostrou que os juros do financiamento imobiliário poderão atingir, até 2020, os menores patamares da história. Isso se deve à queda da taxa básica de juros, que já está no seu menor nível histórico (6% ao ano) e poderá cair mais, como preveem especialistas. É devido ao juro baixo que a relação entre o crédito imobiliário e o Produto Interno Bruto (PIB) é maior em países como Estados Unidos, Espanha e Chile do que no Brasil.