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Milho lidera o avanço da produção de grãos

Safras generosas de grãos já contribuem para a moderação dos preços de alimentos, o que interessa diretamente aos consumidores

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Por Editorial Econômico
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Cresceu de 235,3 milhões de toneladas, em abril, para 236,7 milhões, em maio, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção de grãos da safra 2018/2019. Enquanto a área plantada deverá crescer 1,8% em relação à da safra 2017/2018, para 62,8 milhões de hectares, o avanço da produção deverá atingir 4%, ou 9 milhões de toneladas, o que tornará a safra 2018/2019 muito próxima à da maior colheita de grãos da história, de 237,6 milhões de toneladas, registrada em 2016/2017.

Colheita de milho no interior do Paraná 

O grande responsável pela melhora das projeções foi o milho, cuja colheita, com a ajuda do clima favorável e da semeadura no período mais favorável, até fevereiro, deverá superar 95 milhões de toneladas. O clima tem permitido “sucessivas revisões da produção para cima”, segundo o analista Guilherme Bellotti, do Itaú BBA. A Conab já admite que poderá fazer novas revisões positivas, notou um diretor da estatal, Guilherme Bastos. É possível que novos recordes sejam constatados neste ano.

Safras generosas de grãos já contribuem para a moderação dos preços de alimentos, o que interessa diretamente aos consumidores. A primeira prévia de maio do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou queda de 1,3% dos preços dos produtos agrícolas no atacado. Especialistas preveem novos recuos nas próximas pesquisas, o que favorecerá não só os consumidores, como as vendas de alimentos no varejo.

Mas o aumento da produção não bastará para provocar uma elevação expressiva das exportações de commodities. Nos últimos 12 meses, as cotações do milho caíram quase 10% na bolsa de Chicago. Ainda mais caíram (quase 12%) os preços da soja, principal produto agrícola do País. O que mantém os produtores brasileiros em situação privilegiada são os ganhos de produtividade, decorrentes da modernização e dos pesados investimentos em equipamentos como tratores e colheitadeiras, tecnologia e mão de obra das empresas do agronegócio.

Num momento de agruras do setor industrial e de crescimento inexpressivo do comércio e dos serviços em geral, o agronegócio desponta como fator de equilíbrio e de sustentação da economia brasileira, inclusive das exportações. Investimentos céleres na infraestrutura ajudarão o agronegócio a cumprir bem seu papel.