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Na pandemia, cresce consumo mundial de café

Apesar do aumento, o consumo mundial deve ficar 3,1% abaixo do volume total de produção estimado para o ano-cafeeiro 2020-2021

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Por Notas & Informações
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A pandemia mudou a forma de consumo do café no mundo. Por causa das medidas de isolamento social, de contenção de aglomerações e de redução dos serviços prestados presencialmente, o consumo fora do lar caiu. Mesmo assim, o consumo total da bebida em todo o mundo não diminuiu.

As pessoas passaram a consumi-la mais em casa, onde estão permanecendo mais tempo. Essa alta compensou o que deixou de ser consumido fora do domicílio, de modo que o consumo mundial previsto para o ano-cafeeiro 2020-2021 deverá alcançar 166,62 milhões de sacas de 60 kg. É um volume 1,3% maior do que o consumido no ano-cafeeiro anterior, de acordo com o relatório sobre o relatório sobre o mercado de café de março elaborado pela Organização Internacional do Café (OIC). No relatório, o ano-cafeeiro começa em outubro e termina em setembro do ano seguinte.

Vendas da Nestlé Professional são puxadas por produtos como café (foto), leite condensado, caldos em pó e achocolatados. Foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento SP/Divulgação

Embora modesto, é um crescimento que decerto os produtores comemorarão, pois é registrado num período em boa parte marcado por grandes dificuldades para as famílias e para todas as atividades econômicas. No ano-calendário de 2020, todas as principais economias do mundo – com exceção da China e da Turquia – registraram quedas, algumas muito significativas, de quase 10% (o Produto Interno Bruto do Brasil encolheu 4,1% em 2020). Aumento de consumo, de qualquer dimensão, em escala mundial nesse ambiente é feito raro.

Apesar do aumento, o consumo mundial deve ficar 3,1% abaixo do volume total de produção estimado para o ano-cafeeiro 2020-2021, de 171,89 milhões de sacas. A produção da América do Sul deve chegar a 84,53 milhões de sacas, com aumento de 4,4% sobre a do ano anterior (de 80,97 milhões de sacas). Quanto a tipos de café, a produção dos arábicas deve aumentar 5,2%, para 101,87 milhões de sacas, enquanto a dos robustas deve diminuir 2,6%, para 70,02 milhões de sacas.

A Europa, principal mercado consumidor, deverá absorver 54,35 milhões de sacas de café, volume que representa aumento de 1,2% sobre a safra anterior. Na Ásia-Oceania, segundo maior mercado, o consumo deverá alcançar 36,50 milhões de sacas (aumento de 1,4%); na América do Norte, o consumo esperado é de 30,99 milhões de sacas (aumento de 1,4%); na América do Sul, de 27,18 milhões de sacas (aumento de 1%); na África, de 12,24 milhões de sacas (1,8%).