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Na pandemia, saldo comercial cresceu 6,2%

Exportações de produtos agropecuários, mais uma vez, asseguraram o bom desempenho da balança comercial do País

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Por Notas & Informações
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Em um ano fortemente marcado pelo impacto da pandemia sobre a economia mundial, as exportações de produtos agropecuários, mais uma vez, asseguraram que a balança comercial do País voltasse a registrar superávit expressivo. O saldo comercial de US$ 50,99 bilhões do ano passado é 6,2% maior do que o de 2019. Enquanto as exportações de produtos agropecuários no ano passado cresceram 6,0%, as da indústria extrativa tiveram queda de 2,7% e as da indústria de transformação, de 11,3%, de acordo com registros da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

A pandemia afetou tanto as exportações como as importações. O que os números mostram é uma redução mais acentuada das importações do que das exportações. O resultado foi o aumento do saldo, mesmo com a redução da corrente de comércio (soma de exportações e importações).

No ano passado, as importações caíram 9,7% como reflexo da redução da demanda interna. Os principais países importadores de produtos brasileiros também tiveram sua atividade econômica comprimida pelas medidas de enfrentamento da pandemia, daí as exportações terem diminuído 6,1%. A corrente de comércio ficou 7,7% menor.

A fatia da agropecuária na pauta de exportações, que era de 19,1% em 2019, passou para 21,6%. Os produtos industrializados continuam a responder pela maior fatia, de 54,7%, mas perderam espaço. Em 2019, respondiam por 58%. No último trimestre do ano passado, as exportações da indústria de transformação registraram aumento de 0,8%. Embora pequena, a alta pode ser a indicação de uma nova tendência.

Quando se examina o destino dos produtos brasileiros, fica evidente, mais uma vez, o desatino das críticas que membros do governo federal, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro, fazem à China.

De todos os grandes importadores de bens brasileiros, só a China aumentou suas compras (em 7,3%). Já as exportações para Argentina, Estados Unidos e União Europeia, outros grandes mercados para artigos brasileiros, diminuíram, respectivamente, 12,7%, 27,2% e 13,3%. Assim, a China, que há anos é o maior comprador de bens brasileiros, aumentou de 29,2% para 33,4% sua participação como parceiro comercial do País. Ou seja, mais de um terço de tudo o que o Brasil exporta tem a China como destino.