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O cenário da indústria continua ruim

Produção industrial de junho foi 17,9% menor do que a do auge registrado em maio de 2011

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Por Redação
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A produção industrial nacional apresentou, em junho, resultados negativos por qualquer critério temporal usualmente utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para comparar seu desempenho. Ela foi 0,6% menor do que a de maio e 5,9% menor do que a de um ano antes; o resultado acumulado do primeiro semestre caiu 1,6% em relação aos primeiros seis meses de 2018; e a produção acumulada de 12 meses se reduziu 0,8% na comparação com os 12 meses anteriores.

Com esses resultados, a produção industrial de junho foi 17,9% menor do que a do auge registrado em maio de 2011. A de bens de capital estava, em junho, 32,7% abaixo do pico registrado em setembro de 2013 e a de bens de consumo duráveis, 26,7% aquém do recorde de junho de 2013. Será preciso crescer mais depressa, e por um bom tempo, para voltar aos níveis alcançados há alguns anos.

Seria um cenário desolador, se não fossem alguns sinais animadores na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física divulgada pelo IBGE. Um deles é o fato de que, embora em queda, a produção caiu menos do que vinha caindo no início do ano. Outro é que diminuiu o número de setores que registram perda de produção, o que pode significar que, nos próximos relatórios do IBGE, a queda na indústria geral possa, afinal, ser revertida.

Embora todas as três grandes categorias econômicas que compõem os indicadores da produção industrial do IBGE tenham registrado queda de maio para junho deste ano, apenas uma, a de bens intermediários, apresentou resultado negativo na comparação entre os primeiros semestres deste ano e do ano passado. As demais (bens de capital e bens de consumo, esta dividida em duráveis e semiduráveis/não duráveis) cresceram.

O acidente de Brumadinho fez cair notavelmente o desempenho da indústria extrativa, o que afetou o resultado de todo o setor industrial. Mesmo excluído o efeito desse acidente, porém, o resultado seria a estagnação da indústria geral.

A indústria de transformação, em particular, fortemente dependente do consumo, cresceu 0,2% no primeiro semestre de 2019 em relação a um ano antes. É um desempenho fraco. A anunciada liberação de recursos do FGTS e do PIB/Pasep e a redução dos juros básicos estimularão o consumo, mas seus efeitos não serão imediatos e podem ser limitados.

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