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O crescimento da intenção de consumo

Aumento na intenção de consumo de janeiro subiu 0,7% sobre dezembro, o que elevou o indicador para 73,6 pontos

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Por Notas & Informações
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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu em janeiro pelo quinto mês consecutivo, o que mostra consistência e persistência da melhora do humor da população depois da chegada da pandemia de covid-19. O aumento no mês foi de 0,7% sobre o resultado de dezembro, o que elevou o indicador para 73,6 pontos.

Mas o impacto da crise sobre a vida das pessoas e sobre o ritmo de atividade da economia foi tão forte que nem mesmo essa recuperação contínua por tantos meses seguidos é suficiente para compensar as quedas registradas no segundo trimestre do ano passado.

O resultado de janeiro de 2021 é o pior para o mês desde o início da pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação com o dado de um ano antes, a redução é de 24,2%. Na comparação com o resultado de igual mês do ano anterior, a ICF registra queda há dez meses.

Em janeiro de 2020, não havia nenhuma suspeita de que o mundo seria tão forte e rapidamente atingido pela disseminação de um vírus surgido na China havia pouco. Mesmo assim, a intenção de consumo já era relativamente baixa na comparação com os resultados de anos anteriores.

A ICF vem se mantendo abaixo de 100 pontos, que marca o nível de satisfação dos consumidores, desde abril de 2015. Ou seja, a disposição de consumo das famílias ainda se recupera da perda que teve na crise que marcou o período de evolução do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff e se estendeu até depois de seu definitivo afastamento do cargo, no fim de agosto de 2016.

O exame de alguns componentes da ICF mostra, porém, sinais animadores. Os que se referem ao momento atual, por exemplo, mostraram os melhores níveis dos últimos meses. O indicador que mede a satisfação com o emprego cresceu 0,2% em janeiro e chegou a 88,9 pontos, o maior nível desde maio de 2020. O índice relativo à renda, de sua parte, aumentou sua pontuação de 78,8 para 79,5 pontos, o nível mais alto desde junho do ano passado.

A despeito dos dados preocupantes sobre desocupação e renda real mostrados mensalmente pelo IBGE, as famílias parecem mais confiantes. A vacinação eficiente da população poderá impulsionar essa confiança.