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O otimismo da indústria paulista

Levantamento divulgado pela Fiesp é ainda mais positivo do que o registrado na última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a confiança na retomada do setor secundário neste ano.

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Por Editorial Econômico
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Perspectivas favoráveis para 2019 foram a tônica da pesquisa Rumos da Indústria Paulista, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os empresários consultados manifestaram otimismo quanto à possibilidade de aprovação das reformas previdenciária e tributária, estabilização dos níveis de tributação, redução do custo do crédito, ampliação dos incentivos a investimentos, à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, além de preservação do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O levantamento é ainda mais positivo do que o registrado na última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a confiança na retomada do setor secundário neste ano.

Há um contraste entre os números da Fiesp e os apurados pelo IBGE, que se deterioraram ao longo do segundo semestre de 2018. Ainda assim, segundo a Fiesp, 49,1% das companhias consultadas afirmaram que o desempenho do período foi melhor que o do segundo semestre de 2017.

A pesquisa da Fiesp foi desdobrada em três etapas e feita entre 5 de novembro e 19 de dezembro de 2018. A divulgação se dá, portanto, com um atraso de quase dois meses.

Havia, então, forte otimismo com os resultados das eleições: 78% dos pesquisados enfatizaram o impacto positivo do pleito, 31,5% acreditavam que o governo de Jair Bolsonaro terá grande efeito sobre os negócios e 61,5% esperavam um efeito moderado.

Muito significativas são as perspectivas para este ano: 72,9% pretendem aumentar a produção, dos quais 68,2% ainda no primeiro semestre; 67,2% esperam ampliar as vendas no mercado interno; 51,3% acreditam em aumento de exportações. Novos profissionais deverão ser contratados neste semestre, segundo 41,2% dos entrevistados, no melhor resultado desde 2011. As mais otimistas são as empresas de médio porte: 44,8% delas pretendem aumentar o número de trabalhadores.

A indústria paulista tem elevado peso na indústria brasileira. Pode, portanto, puxar para cima o setor secundário do País, mais do que compensando os maus resultados de segmentos específicos, como a indústria de mineração e a produção de veículos destinados à exportação para a Argentina. Nisso reside a relevância do otimismo registrado na pesquisa da Fiesp.