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O setor agropecuário promete

Na agricultura, o milho teve um desempenho sem precedentes: o valor das vendas aumentou 123%, resultado do crescimento de 122% nas quantidades e 1% nos preços

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Por Redação
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acaba de revisar a previsão de crescimento do PIB da agropecuária em 2019 de 0,5% para 1,4%. A lavoura deve encerrar o ano com alta de 1% e a pecuária com avanço de 1,8%. Trata-se de uma trajetória ascendente, na qual a queda do consumo interno foi amplamente compensada pela demanda externa de países do Leste Europeu, Oriente Médio (como Irã e Emirados Árabes) e Ásia (como Hong Kong, Japão e o mais importante de todos, a China). Para 2020, projeta-se um avanço de 3,2% a 3,7%.

Na agricultura, o milho teve um desempenho sem precedentes: o valor das vendas aumentou 123%, resultado do crescimento de 122% nas quantidades e 1% nos preços. As exportações para Taiwan, Coreia do Sul e Vietnã cresceram mais de seis vezes. Para o Japão, aumentaram 37 vezes, enquanto o seu principal destino, o Irã, ampliou suas compras em 27,8%. No terceiro trimestre, a produção de milho aumentou 23,2%. Só ficou abaixo da de algodão, que aumentou 39,7%.

Também no terceiro trimestre, o PIB da pecuária cresceu 2,7% em relação ao mesmo trimestre de 2018. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve alta no abate de suínos (2,4%), frangos (3,3%) e sobretudo bovinos (4%). A produção de leite cru também aumentou em 2019. A de ovos cresceu 3,4%.

O grande destaque entre os importadores é a China. Com a peste africana suína, a produção interna do país caiu drasticamente. Até outubro, a China já havia aumentado em 40% o volume de carne suína importada do Brasil e em 22% o de carne de frango. Os chineses consumiram ainda 28% do 1,5 milhão de toneladas de carne bovina produzida no País.

As projeções para 2020 são promissoras. Na produção agrícola, a previsão é de que a soja – que possui o maior peso no PIB do setor – cresça no mínimo 4,7%. Na pecuária espera-se um recorde na produção. Segundo o Ipea, o setor “será protagonista, com expectativa de crescimento de 4,3%, influenciado por uma alta de 5,8% na produção de bovinos”. Isso sem contar a possibilidade de o País reverter a negativa dos EUA à reabertura do mercado para a importação de carne bovina in natura.

Assim, o ano termina bem para o agronegócio, e – caso áreas ideológicas do governo não sabotem os contratos de exportação do setor – 2020 deve ser ainda melhor.