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Os investimentos na economia paulista em 2021

Investimentos no Estado de São Paulo ficaram em R$ 21,1 bi nos primeiros seis meses de 2021, menos de um terço do resultado de dois anos antes

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Por Notas & Informações
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A tendência de queda de investimentos na economia do Estado de São Paulo, que se observa desde a segunda metade de 2019, acentuou-se no início da pandemia e manteve-se nos primeiros seis meses de 2021. A Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp) apresentada no último boletim da Fundação Seade sobre o tema mostra essa tendência com grande nitidez.

Há forte influência dos programas de privatização e de concessão de serviços públicos a empresas privadas nos resultados da Piesp. Projetos de privatização, sobretudo na área de infraestrutura, envolvem grandes somas e compromissos das empresas privadas de investir fortemente, daí o registro de valores expressivos em determinado período.

Tendência de queda dos investimentos na economia do Estado de São Paulo continuou forte nos primeiros seis meses de 2021. Foto: Alex Silva/Estadão

O anúncio de grandes projetos privados nas áreas de logística e de energia igualmente influencia decisivamente no volume de investimentos no Estado. Foi o que ocorreu em 2019, quando se anunciaram investimentos num etanolduto entre a região da Grande São Paulo e o Porto de Santos e na expansão do sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica de uma grande concessionária. No primeiro semestre daquele ano, a Piesp registrou investimentos de R$ 68,0 bilhões na economia paulista. O resultado de todo o ano, quando os investimentos alcançaram R$ 100,12 bilhões, é o terceiro maior da década passada.

Desde aquele ano, porém, os resultados semestrais vêm decrescendo, até alcançar R$ 21,1 bilhões nos primeiros seis meses de 2021, menos de um terço do resultado de dois anos antes.

Também em 2021 a maior parte dos investimentos (47% do total) concentrou-se em infraestrutura, especialmente de transportes. O governo estadual concedeu ao setor privado obras e serviços de transporte de passageiros por trens e ônibus e prorrogou contratos de concessão de rodovias.

Houve investimentos também em energia. Mas cabe destacar as atividades imobiliárias – cujo desempenho vem propiciando a geração de empregos –, inclusive em condomínios logísticos. O aquecimento imobiliário estimulou a indústria de produtos de madeira.

O comércio recebeu, no primeiro semestre, o maior volume de investimentos já detectado pela Piesp, sinal de confiança do setor. A agropecuária investiu em máquinas e veículos com tecnologia embarcada.