Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Para tornar as viagens mais seguras

Ideia é fazer do que hoje é uma colcha de retalhos de exigências e procedimentos um sistema aplicável por todos os países

Exclusivo para assinantes
Por Notas & Informações
2 min de leitura

Uma iniciativa que não vai concorrer com outras já existentes, mas pode dar-lhes maior eficácia, estabelecendo critérios para padronizá-las e ampliar sua aplicação, foi aprovada pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o objetivo de tornar mais seguras as viagens internacionais mesmo em tempo de pandemia.

O transporte aéreo internacional foi um dos segmentos da economia mundial mais afetados pela pandemia. Os voos diminuíram 75% em 2020 na comparação com 2019. Já as viagens internacionais por trem dentro da Europa diminuíram 90%. O turismo internacional, que considera todas as atividades a ele relacionadas, encolheu 80%.

Haverá uma classificação epidemiológica do país de origem e do país de destino, para definir as restrições de viagem. Foto: Andy Rain/ EFE

Antes da pandemia, o setor de turismo respondia por 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países da OCDE, por 6,9% dos empregos e por 21,5% das exportações de serviço. Em países como Grécia, Islândia, México, Portugal e Espanha, o peso do turismo é ainda maior. Mas o problema é mundial. A persistência da crise ameaça cerca de 174 milhões de empregos no planeta.

A ideia que embasa a iniciativa da OCDE é simples. Trata-se de estabelecer diretrizes a serem seguidas voluntariamente pelos diferentes países – outros que não são filiados à OCDE também podem fazê-lo – para assegurar viagens mais seguras e para possibilitar o compartilhamento de informações e experiências em tempo real.

Basicamente, o plano destina-se a criar uma espécie de mecanismo para classificar riscos, estabelecer normas para a certificação de vacinas de estrangeiros que chegam ao país, definir protocolos para testes de viajantes em diferentes situações e emitir certificados eletrônicos para viagens que assegurem ao mesmo tempo segurança e proteção da privacidade do viajante e troca de informações entre os países.

Todos os passageiros deverão ser tratados de igual forma, mas haverá uma espécie de classificação epidemiológica do país de origem e do país de destino, para definição de exigências ou de restrições para as viagens.

Desse modo, pretende-se fazer do que hoje é uma colcha de retalhos de exigências e de procedimentos um sistema racional e aplicável por todos os países. Isso pode eliminar confusões, inconsistências e incertezas, tornando as viagens internacionais menos complicadas e mais seguras.