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Produção de aço volta a crescer em agosto

O impacto da redução drástica na atividade produtiva em abril imposta pela pandemia, porém, ainda não foi superado

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Por Notas & Informações
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A produção brasileira de aço bruto em agosto, de 2,70 milhões de toneladas, superou em 6,7% a de igual mês do ano passado (de 2,53 milhões de toneladas). É o segundo mês consecutivo que o resultado de 2020 supera o de 2019, de acordo com a estatística mensal divulgada pelo Instituto Aço Brasil. Em julho, o aumento tinha sido de 3,4%. Esse desempenho fortalece a avaliação de que a recuperação do setor ganha consistência.

O impacto da redução drástica da atividade produtiva em abril imposta pelas medidas de enfrentamento da pandemia de covid-19, porém, ainda não foi superado. Naquele mês, a produção (de 1,95 milhão de toneladas) foi 34% menor do que a de um ano antes. O resultado acumulado dos oito primeiros meses deste ano, de 19,8 milhões de toneladas, é 11,6% menor do que o de mesmo período de 2019.

Consequência da acentuada redução da atividade industrial, o consumo aparente de produtos siderúrgicos (produção mais importação menos exportação) nos oito primeiros meses do ano, de 13,0 milhões de toneladas, foi 7,3% menor do que o de um ano antes.

Já as exportações no período somaram 7,9 milhões de toneladas, com queda de 8,6% em relação às de 2019. Mas a receita das exportações caiu bem mais, 25,3%, para US$ 3,8 bilhões, como consequência das mudanças que a crise sanitária provocou no mercado mundial do produto.

Com a exceção notável da China, o desempenho dos principais países produtores de aço ao longo de 2020 é negativo. Maior produtora mundial de aço bruto, respondendo por praticamente 60% de toda a produção siderúrgica do planeta, a China se recuperou rapidamente dos efeitos da pandemia. Nos primeiros sete meses do ano, sua produção de aço bruto foi 3,3% maior do que a de igual período de 2019. Outra exceção entre os dez maiores produtores (o Brasil é o nono colocado) foi o Irã (décimo colocado), cuja produção cresceu 10,8% no período janeiro-julho.

Com desempenho inverso, Japão, terceiro maior produtor, e Estados Unidos, o quarto colocado, registraram redução de 27,9% e 26,9%, respectivamente. Embora em julho o Brasil tenha produzido mais aço bruto que a Alemanha (sétimo colocado), o resultado acumulado no ano pelo país europeu foi maior do que o brasileiro. A Alemanha detém 1,9% da produção mundial e o Brasil, 1,7%.